O Ministério de Profeta

I. O CONCEITO DE PROFETA NA NOVA ALIANÇA (OU SEJA, NO NOVO TESTAMENTO).

Ao longo da história da igreja o ministério de profeta tem perdido preeminência, porém ele é importante para a vida espiritual da Igreja de Cristo.

 

O profeta é a pessoa que recebe a mensagem diretamente de Deus e a transmite ao povo. Esse anúncio pode ser uma revelação, uma admoestação, ou uma predição. No Novo Testamento, existem menções a esse ministério, havendo muitos deles em Jerusalém, Antioquia, Corinto, e outras cidades. (At 13.1 At 11.27 1Co14.29).

 

Os profetas eram homens que falavam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da igreja.  Sob o novo concerto (a nova aliança)), foram levantados pelo Espírito Santo e revestidos pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo (At 2.17; 4.8; 21.4).

 

1. As atividades dos profetas no Novo Testamento.

 

a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1 Co 12.10; 14.3).

 

b) Às vezes predizia o futuro (At 11.28; 21.10,11).

 

c) Era dever do profeta do Novo Testamento, assim como para o do Antigo Testamento, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17).

2. O que se espera de quem tem o ministério de profeta?

a) Zelo pela pureza da igreja (Jo 17.15-17; 1 Co 6.9-11; Gl 5.22-25);

 

b) Profunda sensibilidade diante do mal e a capacidade de identificar e detestar a iniquidade (Rm 12.9; Hb 1.9);

 

c) Profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl 1.9; 2Co 11.12-15);

 

d) Dependência contínua da Palavra de Deus para validar sua mensagem (Lc 4.17 19; 1 Co 15.3,4; 2 Tm 3.16; 1 Pe 4.11);

 

e) Interesse pelo sucesso espiritual do reino de Deus e identificação com os sentimentos de Deus (Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo 2.14-17; At 20.27-31).

 

3. A mensagem e a importância do profeta hoje em dia.

 

a) A mensagem do profeta atual não deve ser considerada infalível.

Ela está sujeita ao julgamento da igreja, doutros profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de Deus (1 Co 14.29-33; 1 Jo 4.1).

 

b) Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a igreja.

A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia (1 Co 14.3; Mt 23.31-38; Lc 11.49; At 7.51,52).

 

Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo 16.8-11), então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito. Por outro lado, a igreja com os seus dirigentes, tendo a mensagem dos profetas de Deus, será impulsionada à renovação espiritual. O pecado será abandonado, a presença e a santidade do Espírito serão evidentes entre os fiéis (1 Co 14.3; 1 Ts 5.19-21; Ap 3.20-22).

 

II. A POSIÇÃO E NOMEAÇÃO DO MINISTÉRIO DE PROFETA.

 

1. A posição do ministério de profeta.

Os profetas da igreja cristã primitiva, no exercício dos dons espirituais, ocupavam posição secundária somente em relação aos apóstolos, conforme depreendemos de passagens neotestamentárias como 1Co 12.28; Ef 2.20; 3.5; 4.11 e Ap 22.9 (ver igualmente Atos 13.1; 15.32 e 21.9,10).

 

2. O ministério de Profeta não era nomeado por uma igreja local.

 

Os profetas do Novo Testamento exerciam seu ofício em virtude do recebimento de dons espirituais, e não por sanção ou nomeação oficial por parte das igrejas locais, porquanto não há o menor sinal de evidência de que a posição deles fosse alcançada através da consagração a esse ofício.

 

O profeta deve ser identificado pelos seus frutos (Mt 7.20) e não por ter na igreja local uma cadeira de profeta, como tem a cadeira para aqueles que desenvolvem funções pastorais (At 20.28).

 

3. O ministério de Profeta.

Em nossos dias, esse dom existe (Ef 4.11), mas não é reconhecido como o é, o ofício de pastor, ou seja, a igrejas evangélicas não consagram pessoas para exercerem exclusivamente a função de profetas e nem lhes dão uma credencia escrito “cargo: Profeta”.

 

Se você foi escolhido pelo Espírito Santo para receber o ministério de profeta, você pode muito bem desenvolver esta função sem precisar ter um título de pastor, presbítero ou de diácono. O que vai te identificar como alguém que tem o ministério de profeta são os teus frutos diante de Deus, da sua igreja e do mundo.

 

Tanto quem exerce o ministério profético como quem é usado com o dom da profecia deve evidenciar em sua vida o fruto do Espírito, pois através dele é que se conhece a árvore (Mt 7.15-23; Gl 5.21,22) (Pr. Osiel Gomes).

 

III. DIFERENTES MINISTÉRIOS NA IGREJA LOCAL.

 

1. Significado de ministério.

Este termo é usado, na linguagem cristã, tanto em um sentido mais amplo como mais estrito. Em seu sentido mais amplo, refere-se ao serviço prestado por qualquer pessoa a Deus ou a seu povo. Em seu uso mais estrito, denota o serviço, reconhecido oficialmente, de determinadas pessoas, devidamente designadas para isso (geralmente por meio de ordenação formal) pelas igrejas.

 

2. Ministério nomeado por uma igreja local.

Há o ministério ordenado, regular, integrado pelos pastores, evangelistas, presbíteros, diáconos ou cooperadores, ordenados, consagrados ou separados para atender às necessidades da comunidade cristã.

 

3. Ministério relevante, porém sem nomeação por parte de uma igreja local.

Há ministério diverso, que não são realizados pelos ministros ou obreiros do corpo ministerial. Na música, no louvor, no ensino, nos serviços gerais, na segurança, na operação de equipamentos e outros, que, quando executados por pessoas que são chamadas por Deus, e assumem tais atividades, conscientes de que estão prestando um serviço à igreja, são verdadeiros ministérios.

 

Referência:

Revista Digital Cristão Alerta, 2° trimestre de 2021

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