Lições Bíblicas Dominical Adultos 1° Trimestre 2025 CPAD
Título da Revista Dominical: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ: Combatendo as Antigas Heresias que se Apresentam com Nova Aparência
Comentarista: Esequias Soares | Classe: Adultos
TEXTO
ÁUREO
“Pelo que julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus.” (At 15.19)
VERDADE
PRÁTICA
O
Cristianismo é uma religião de relacionamento pessoal com o Cristo ressuscitado
e não um conjunto de regras e ritos.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 9.16
O Cristianismo Judaizante é remendo novo em vestidos
velhos
Terça - At 11.26
Ser cristão significa ser discípulo e seguidor de Cristo
Quarta - At 15.1,5
Os judaizantes condicionavam a salvação à observância da Lei
de Moisés
Quinta - Rm 3.28
O ser humano é justificado pela fé, sem as obras da Lei
Sexta – Gl 1.8,9
Paulo chama essa doutrina judaizante de outro evangelho
Sábado
- Fp 3.5
O combate à tendência judaizante por uma autoridade de
origem judaica
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Gaiatas 2.1-9,14
1
DEPOIS, passados catorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando
também comigo Tito.
2
E subi por uma revelação, e lhes expus o evangelho, que prego entre os gentios,
e particularmente aos que estavam em estima; para que de maneira alguma não
corresse ou não tivesse corrido em vão.
3
Mas nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a
circuncidar-se;
4
E isto por causa dos falsos irmãos que se intrometeram, e secretamente entraram
a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos porem em
servidão;
5
Aos quais nem ainda por uma hora cedemos com sujeição, para que a verdade do
evangelho permanecesse entre vós.
6
E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa ( quais tenham sido noutro
tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem ), esses, digo, que
pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram;
7
Antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava
confiado, como a Pedro o da circuncisão
8
( Porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da
circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios ),
9
E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a
graça que me havia sido dada, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com
Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão;
14 Mas, quando vi que não andavam bem e diretamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?
Hinos Sugeridos: 205, 379, 430 da Harpa Cristã
INTRODUÇÃO
A
Igreja herdou muitas ideias e práticas campo teológico e ético, visto , que a
jornada histórica da Igreja começou em Jerusalém no dia de Pentecostes numa comunidade
judaica. E esses pontos de interseção levaram alguns a confundir a Lei de
Moisés com a Graça. Nesta lição, veremos que Gálatas 2 é um relato de um dos
debates que mostram o limite entre Judaísmo e Cristianismo, e os apóstolos,
principalmente Paulo, tiveram muita dificuldade de mostrar isso aos
judaizantes.
I - PREVENINDO-SE CONTRA A TENDÊNCIA
JUDAIZANTE
1.
Subindo outra vez a Jerusalém (Gl 2.1,2).
Catorze
anos depois da sua conversão a Cristo, Paulo sobe pela segunda a vez a
Jerusalém. Essa segunda visita foi por revelação (v.2; At 11.27-30), não sendo
uma convocação pelos apóstolos para prestação de contas. Não podemos confundir
essa visita de Paulo com a sua ida ao Concilio de Jerusalém, registrado em Atos
15. Infere-se que a Epístola aos Gálatas foi escrita antes do referido
Concilio, pois não há menção dele na carta, visto que o Concilio tratou do
mesmo assunto (At 15.5,6). Somando os anos mencionados em Gálatas, podemos
afirmar que essa visita aconteceu antes de sua Primeira Viagem Missionária.
2.
Objetivo da reunião.
É
bom lembrar que essa reunião não foi um concilio nem um sínodo. É possível que
essa segunda visita, por meio de revelação (v.2), tenha ligação com Ágabo, pois
a missão de Paulo, pelo que parece, foi levar donativos para os irmãos pobres
da Judeia (At 11.27-30). Aproveitando a ocasião, o apóstolo expôs o Evangelho
que vinha pregando aos gentios há catorze anos (vv.1,2). Ele tinha convicção de
que recebeu esse Evangelho de Deus e estava consciente de que a sua subida a
Jerusalém era em obediência a uma ordem divina.
3.
Tito e a circuncisão (v.5).
Barnabé
era judeu (At 4.36) e seu nome aparece três vezes nesse capítulo (vv.1,9,13);
sua presença na reunião em Jerusalém não seria um problema. Tito, no entanto,
sendo grego, foi um risco que Paulo correu, mas não foi uma provocação
introduzir um incircunciso no seio dos judeus. Os judaizantes queriam que Tito
fosse circuncidado. Encontramos no Novo Testamento a compreensão e a tolerância
de Paulo com os fracos na fé, a ponto de circuncidar Timóteo, mas ele era
judeu, pois sua mãe era judia (At 16.3); no entanto, nessa reunião em
Jerusalém, onde expôs o Evangelho que pregava aos gentios, ele não cedeu nem um
pouco, “nem por uma hora” (v.5). Isso por duas razões: Tito era grego, e porque
estava em jogo a verdade do Evangelho e o futuro do próprio Cristianismo.
AMPLIANDO
O CONHECIMENTO
A
DEFESA DE PAULO
À medida que os debates se acirravam entre gentios cristãos e os
judaizantes, Paulo considerou necessário escrever às igrejas da Galácia. Os
judaizantes tentavam enfraquecer a autoridade de Paulo e ensinavam um falso
evangelho. Em reposta, Paulo defendeu sua autoridade como apóstolo e a verdade
de sua mensagem.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoal, editada pela CPAD, p.1633.
SINOPSE
I
A tendência judaizante era uma ameaça à Verdade do Evangelho e
ao futuro do próprio Cristianismo.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
OUTRO
EVANGELHO
“Em grego allos significa outro do mesmo tipo. Heteros significa
outro de um tipo diferente. O evangelho que estes judaizantes tinham
apresentado aos gálatas era um evangelho heteros: um evangelho essencialmente diferente
do evangelho de Deus. Paulo disse que este evangelho: ‘Não há outro’. Por quê?
Porque o evangelho é ‘Boa- -Nova’. Qualquer mensagem que nos diga ‘se esforce
mais’, mesmo se recebemos um livro de regras, não é absolutamente uma boa nova.
Não importa o quanto você e eu possamos tentar, jamais seremos bons o bastante
para escaparmos das cadeias do ‘presente século mau’. Somente a graça de Deus,
entrando na história, na pessoa de Jesus Cristo, e fazendo por nós o que jamais
poderíamos fazer sozinhos, é verdadeiramente o evangelho, ‘Boas-Novas’”
(RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD,
2012, p. 843).
II - A TENDÊNCIA JUDAIZANTE NO INÍCIO DA
IGREJA
1.
O espanto do apóstolo.
Tão
logo Paulo retornou de sua viagem, ficou sabendo que os irmãos da Galácia
estavam vivendo outro evangelho, e isso deixou o apóstolo estarrecido e atônito
pela rapidez do desvio deles (Gl 1.6). O verbo grego metatithesthe, “deixar, abandonar,
desertar, mudar de pensamento, virar a casaca”, que o apóstolo emprega nessa
passagem, era usado na antiguidade quando alguém desertava do exército ou se
rebelava contra ele. Isso significa também mudança de partido político,
filosofia e religião. Em outras palavras, aqueles irmãos gálatas estavam
abandonando a fé.
2.
Quem eram os judaizantes (v.4)?
O
termo judaizante vem do verbo grego ioudaizõ, “viver como judeu, adotar costumes e ritos
judaicos”, e aparece uma única vez no Novo Testamento (Gl 2.14). Eles eram os
opositores de Paulo identificados também como “falsos irmãos” (v.4). São
reconhecidos no capítulo anterior (Gl 1.7) como os que se apresentavam como
enviados por Jerusalém, a igreja-mãe. Na verdade, esses homens saíram de
Jerusalém por sua própria conta. Tiago negou formalmente as declarações deles,
dizendo que não os havia enviado (At 15.24). Eram legalistas dentre os judeus,
e por isso chamados de judaizantes. Esses judeus, convertidos ao Senhor Jesus,
ensinavam que os gentios deveriam observar a Lei de Moisés como condição para
salvação (At 15.1).
3.
O clima de tensão (vv. 3-5).
Não
é necessário muito esforço para perceber o quanto Paulo e Barnabé foram
pressionados pelos judaizantes diante dos demais apóstolos de Jerusalém. À luz
do versículo 9, parece que somente João, Pedro e Tiago estavam presentes. Os
outros apóstolos deviam estar em plena atividade missionária em outras regiões.
Os judaizantes chamados de “falsos irmãos” conseguiram “furar o bloqueio” e
entraram sem serem convidados à reunião (v.4). Eram inimigos da liberdade
cristã, do Evangelho, de Paulo e do próprio Cristianismo. O pior de tudo é que
essas pessoas estavam infiltradas na igreja, e conseguiam até entrar em
reuniões apostólicas.
SINOPSE
II
Os judaizantes eram inimigos da liberdade cristã, do Evangelho,
de Paulo e do próprio Cristianismo.
AUXÍLIO
BIBLIOLÓGICO
SEJA
ANÁTEMA
“A palavra ‘anátema’ (gr. anathema) significa que a pessoa caiu
sob a maldição de Deus, está condenada à destruição e receberá o juízo de Deus,
a punição eterna e a separação permanente de Deus:
1. Paulo expressa a atitude inspirada pelo Espírito Santo de ira
justificada e juízo para aqueles que tentam distorcer o evangelho original de
Cristo (v. 7) e modificam a verdade revelada na Palavra de Deus. Esta mesma
atitude estava evidente em Jesus Cristo (Mt 23.13), Pedro (2 Pe 2), João (2 Jo
7-11) e Judas (Jd 3-4, 12-19) e será encontrada no coração de cada seguidor de
Cristo que ama e defende a verdade de Cristo revelada na Palavra de Deus. Isto
se deve ao fato de o povo fiel de Deus estar convencido de que a mensagem de
Cristo é as boas-novas de salvação, indispensáveis para um mundo que está
espiritualmente perdido e separado de Deus devido aos seus caminhos pecaminosos
e rebeldes (veja Rm 1.16; 10.14-15);
2. Entre os que estão condenados se incluem todos os que pregam
um evangelho contrário à mensagem que Paulo pregava, que lhe fora revelada por
Cristo (w. 11-12; veja o v. 6, nota). Qualquer pessoa que acrescente algo ou
remova algo da mensagem original e fundamental de Cristo e dos apóstolos (isto
é, aqueles que foram pessoalmente encarregados por Jesus para estabelecer a sua
mensagem na Igreja Primitiva) estará sob a maldição de Deus: ‘Deus tirará a sua
parte da árvore da vida’ (Ap 22.18-19).
3. Deus ordena que todos os seguidores de Jesus defendam a fé
(Jd 3, nota), que tenham uma atitude de amor quando em confronto com outras
pessoas (2 Tm 2.26-26) e que se separem de professores, ministros e outras
pessoas na igreja que neguem as verdades fundamentais ensinadas por Jesus e
pelos apóstolos (vv. 8-9; Rm 16.17-18; 2 Co 6.17; At 14.4)” (Bíblia de Estudo
Pentecostal - Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp. 2153-54).
III - A TENDÊNCIA JUDAIZANTE HOJE
1.
O mesmo Evangelho (vv.7-9).
O
Evangelho é um só, não há dois. O Evangelho de Pedro e o de Paulo, também
chamado respectivamente de Evangelho da Circuncisão e da Incircuncisão, são
meras formas de apresentação, pois o conteúdo é o mesmo. Ambos receberam uma
incumbência da parte de Deus, mas com audiências diferentes. O compromisso de
Paulo era com os gentios, ele foi constituído, por Deus, apóstolo e doutor dos
gentios (1 Tm 2.7; 2 Tm 1.11) para pregar aos não judeus (Rm 11.13); o de Pedro
era com os judeus, mas a mensagem é a mesma.
2.
O perigo da doutrina judaizante.
Os
apóstolos viam em tudo isso dois problemas sérios: ameaça à liberdade cristã e o
perigo de o Cristianismo se tornar uma mera seita judaica. Os cristãos
judaizantes alteravam o cerne do Evangelho, pois colocavam a Lei como
complemento da obra que Jesus efetuou no Calvário. Era, de fato, “outro
evangelho”, por isso o apóstolo Paulo os amaldiçoou (Gl 1.8,9). Na verdade,
quem tem o Espírito Santo vive pelo Espírito. Então, contra a tendência judaizante
é preciso aprender a viver na dependência do Espírito e não da Lei, lutando
contra os vícios da carne e buscando as virtudes do fruto do Espírito.
3.
As práticas judaizantes atuais.
Elas
são basicamente a guarda do sábado, a observância rigorosa do kashrut (termo
hebraico para as leis dietéticas do judaísmo), a liturgia da sinagoga, o uso do
shofar, “trompa”, geralmente feito de chifre de carneiro; o uso de talit, o
manto ou xale usado para oração; e, o uso do kippar, o solidéu que os judeus
religiosos usam sobre a cabeça.
a)
Os judeus. Os judeus messiânicos, principalmente em Israel, seguem a
tradição judaica. Isso acontece simplesmente para preservar a identidade
cultural deles e tem amparo neotestamentário: “É alguém chamado, estando
circuncidado? Fique circuncidado” (1 Co 7.18a). Ou seja, na conversão a Cristo
do judeu, ele não precisa mudar a sua tradição e cultura.
b)
Os não judeus. Da mesma forma: “É alguém chamado, estando
incircuncidado? Não se circuncide” (1 Co 7.18b). Ou seja, ele não precisa se
judaizar. É erro 0 não judeu adotar práticas judaicas na liturgia e no dia a
dia para imitar o Judaísmo. Paulo conclui: “Cada um fique na vocação em que foi
chamado” (1 Co 7.20).
SINOPSE
III
Contra a tendência judaizante é preciso aprender a viver na
dependência do Espírito e não da Lei.
CONCLUSÃO
O
resultado da reunião foi desfavorável aos judaizantes. Só o fato de os
apóstolos, sendo judeus, concordarem com a explicação sobre a especificidade de
cada grupo dada por Paulo, já apontava o engano desses legalistas sobre a obra
salvífica em Cristo. Esse resultado serviu tanto aos gálatas como a todo o
Cristianismo nesses mais de vinte séculos de história. Assim, a diferença entre
os judeus messiânicos e os cristãos judaizantes atuais é que os judeus estão
preservando uma cultura hereditária do seu povo e os judaizantes colocando
“remendo novo em pano velho” (Mt 9.16).
REVISANDO O CONTEÚDO
1.De
acordo com a lição, o que se infere da Epístola aos Gálatas?
Infere-se
que a Epístola aos Gálatas foi escrita antes do referido Concilio, pois não há
menção dele na carta, visto que o Concilio tratou do mesmo assunto (At 15.5,6).
2.
Por que Paulo não cedeu nem um pouco na circuncisão de Tito?
Por
duas razões: Tito era grego, e porque estava em jogo a verdade do Evangelho e o
futuro do próprio Cristianismo.
3.
O que significa “judaizante”?
O
termo judaizante vem do verbo grego ioudaizõ, “viver como judeu, adotar
costumes e ritos judaicos”, e aparece uma única vez no Novo Testamento (Gl
2.14).
4.
Quem eram os judaizantes e o que eles queriam dos gentios?
Eram
legalistas dentre os judeus, e por isso chamados de judaizantes. Esses judeus,
convertidos ao Senhor Jesus, ensinavam que os gentios deveriam observar a Lei
de Moisés como condição para salvação (At 15.1).
5.
Qual a diferença hoje entre judeus messiânicos e cristãos judaizantes?
Os
judeus messiânicos, principalmente em Israel, seguem a tradição judaica. Ou
seja, na conversão a Cristo do judeu, ele não precisa mudar a sua tradição e
cultura. No caso do não judeu convertido ao cristianismo, ele não precisa se
judaizar. É erro o não judeu adotar práticas judaicas na liturgia e no dia a
dia para imitar o Judaísmo. Paulo conclui: “Cada um fique na vocação em que foi
chamado” (1 Co 7.20).
VOCABULÁRIO
- Interseção: o encontro
entre dois planos, duas linhas de ideias; cruzamento.
- Concilio: reunião de dignitários
eclesiásticos para deliberar sobre questões de fé, costumes, doutrina ou disciplina
eclesiástica.
- Sínodo: assembleia regular de
párocos convocada pelo bispo.
- Solidéu: pequeno barrete usado
pelos judeus (em certas ocasiões)