Lições Bíblicas Dominical Adultos 1° Trimestre 2025 CPAD
Título da Revista Dominical: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ: Combatendo as Antigas Heresias que se Apresentam
com Nova Aparência
Comentarista: Esequias Soares
TEXTO
ÁUREO
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (Jo 1.14)
VERDADE
PRATICA
A
vinda do Filho de Deus em forma humana é um fato presenciado por muitas testemunhas,
por isso a negação da sua historicidade não se sustenta.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 2.40,52
O desenvolvimento físico, intelectual e espiritual de
Jesus
Terça - Rm 1.3
O Filho de Deus nasceu da descendência de Davi segundo a
carne
Quarta - Rm 8.3
Deus enviou o seu Filho em semelhança da carne
Quinta - Fp 2.5-8
Jesus se fez semelhante aos homens
Sexta - 1 Tm 3.16
O próprio Deus se manifestou em carne
Sábado - Hb 4.15
Jesus participou da natureza humana, mas viveu sem pecado
entre os homens
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1João 1.1-3; 4-1-3;
2 João 7
1
João 1
1
- O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos
contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida
2
- (porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos
anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada),
3
- O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão
conosco; e a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.
1
João 4
1
- Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus,
porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.
2
- Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus
Cristo veio em carne é de Deus;
3
- e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de
Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e
eis que está já no mundo.
2
João
7 - Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo.
Hinos
Sugeridos: 20,139, 255 da Harpa Cristã
INTRODUÇÃO
Vamos começar a apologética cristológica no
presente trimestre com o tema “A Encarnação de Jesus”, uma doutrina sobre a
humanidade de Cristo. O mesmo apóstolo João que se empenha em mostrar a deidade
absoluta de Jesus se preocupa também em enfatizar que Jesus viveu entre nós,
participou da natureza humana e teve corpo físico humano. A presente lição é
uma apologia à sua humanidade plena.
Palavra-Chave
Docetismo
I - HERESIAS
QUE NEGAM A CORPOREIDADE DE CRISTO
1. O que é Docetismo?
O termo vem do grego dokeo, que significa
“ter aparência”. O Docetismo é a mais antiga heresia da história da igreja e
consiste em negar que Jesus tivesse tido corpo físico humano, sua humanidade
era simplesmente uma aparência, como um fantasma.
2. O que
os docetas ensinavam sobre Jesus?
Os seguidores dessa heresia ensinavam muitas
coisas fora das Escrituras e contrárias à Palavra de Deus. O nosso enfoque
destaca a humanidade de Jesus, como o verdadeiro homem. Lucas descreve um
começo muito humano. Jesus teve parentes e amigos, Zacarias e Isabel (Lc 1.5),
José e Maria (Lc 2.4,5), vizinhos e primos (Lc 1.36,58), pastores (Lc 2.8),
Simeão, Ana (Lc 2.25,37). Isso sem contar 0 relato sagrado de sua infância, que
enfoca o seu desenvolvimento físico, intelectual e espiritual (Lc 2.40,52).
3. O que os principais docetas diziam sobre Jesus? Três dos principais heresiarcas negavam que Jesus Cristo tivesse vindo
em carne. Cerinto negava o nascimento virginal de Jesus Cristo e ensinava o
Docetismo. Ele foi contemporâneo do apóstolo João em Éfeso. Saturnino, o
principal representante do Gnosticismo sírio, ensinava que Jesus Cristo não
nasceu, não teve forma e nem corpo, foi simplesmente visto de forma humana em
mera aparência. Marcião é outro heresiarca que negava ser Cristo
verdadeiramente humano, mas quanto ao seu corpo, não se sabe se na opinião dele
era apenas uma aparência ou de substância etérea. No entanto, a Bíblia declara
de maneira direta que Jesus nasceu, mencionando até mesmo local, em Belém da
Judeia (Mt 2.1; Lc 2.11), e época, no reinado de César Augusto, imperador
romano (Lc 2.1). A Bíblia fala também do corpo físico de Jesus (Jo 2.21).
II - A
AFIRMAÇÃO APOSTÓLICA DA CORPOREIDADE DE JESUS
1. “O que era desde o princípio” (Jo1.1).
Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas,
denominados de Evangelhos Sinóticos, apresentam Jesus, ressaltando seus
aspectos humanos, ao passo que João reforça o aspecto divino. Os três
Evangelhos expõem Jesus exteriormente, ao passo que João o revela
interiormente. Pode-se dizer que o Evangelho de João é uma interpretação de
Jesus.
A expressão “O que era desde o princípio” é
uma reiteração daquilo que o apóstolo afirma na introdução do Evangelho que
leva o seu nome: “No princípio era o Verbo” (Jo 1.1) , isso significa que o Verbo já existia mesmo antes da criação (Gn
1.1). Mas João nunca perde de vista que “o Verbo se fez carne”. Não se contenta
apenas com isso, mas apresenta detalhes importantes, é que o Verbo não somente
se fez carne, para não deixar dúvida alguma, “e habitou entre nós”, mas também
foi visto pelas pessoas (Jo 1.14).
2. A reafirmação apostólica (v.1b).
O apóstolo reitera o que afirma na introdução do
seu Evangelho: “o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as
nossas mãos tocaram da Palavra da vida”. Isso pode parecer até uma redundância,
“vimos com os nossos olhos”, mas o propósito é mostrar com muita ênfase, sem
deixar dúvida alguma, que o Senhor Jesus veio em carne ao mundo, e que pôde ser
tocado pelos que com Ele conviveram (Jo 20.27). Veja que a presença do nome de
Pilatos no Credo dos Apóstolos o posiciona nos acontecimentos passados. Ele
“sofreu sob Pôncio Pilatos”, ou seja, padeceu nas mãos de um personagem da
história, logo, o Senhor Jesus só pode também ser alguém da história (Rm 1.3).
3. Uma crença herética (1 Jo 4.2,3).
João viveu seus últimos dias na cidade de Éfeso,
que era a cidade de Cerinto, o doceta. Os escritos do apóstolo João, o
Evangelho, as três Epístolas e o Livro de Apocalipse, foram produzidos na
última década do primeiro século. Nessa época, o docetismo já se difundia entre
os cristãos. Por isso, o apóstolo esclarece, e de maneira direta, que todo
aquele que nega que Jesus veio em carne não é de Deus (1 Jo 4.3). Veja a
gravidade dessa heresia, pois se Jesus não teve corpo físico real, Ele também
não morreu, e se não morreu, também não ressuscitou, se não ressuscitou, logo
não há esperança de salvação (1 Co 15.1- 3,17,18). Por essa razão, o apóstolo
João foi contundente contra os docetas. Os expoentes de tal crença são chamados
de “enganadores” (2 Jo 7).
SINOPSE II
Os Evangelhos Sinóticos apresentam
Jesus ressaltando os seus aspectos humanos, ao passo que o Evangelho de João
revela o seu aspecto divino.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
A UNIÃO HIPOSTÁTICA
“A união hipostática descreve a
união entre as naturezas humana e divina na Pessoa única de Jesus. Entender
adequadamente esta doutrina depende da completa compreensão de cada uma das
naturezas e de como se constituem na única Pessoa. O ensino bíblico acerca da
humanidade de Jesus revela-nos que, na encarnação, Ele tornou-se plenamente
humano em todas as áreas da vida, menos na prática de um eventual pecado.
Uma das maneiras de nos convencermos
da completa humanidade de Jesus é esta: os mesmos termos que descrevem aspectos
diferentes da humanidade também descrevem o próprio Jesus. Por exemplo, o Novo
Testamento frequentemente usa a palavra grega pneuma (espírito) para descrever o
espírito do homem; e a mesma palavra é empregada para Jesus. Ele mesmo aplicou
a si o pneuma, quando, na cruz, entregou o seu espírito ao Pai e expirou (Lc
23.46)” (HORTON, StanleyM. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal.
Rio de Janeiro: CPAD, 1995, PP- 324, 325)
III - COMO
ESSAS HERESIAS SE REVELAM HOJE
1. Quanto ao nascimento virginal de Jesus.
Há movimentos que negam o nascimento virginal de
Jesus, como os mórmons, a Igreja da Unificação, e ensinam que Ele não foi
gerado pelo Espírito Santo. Negar a concepção e o nascimento virginal de Jesus
é uma das marcas desses movimentos. É 0 ensino moderno de Cerinto e seus seguidores.
A Bíblia anuncia de antemão a concepção e nascimento virginal de Jesus desde o
Antigo Testamento (Is 7.14) e seu cumprimento histórico no Novo Testamento.
Jesus foi gerado pelo Espírito Santo (Mt 1.18,20); o anjo Gabriel disse a
Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá
com a sua sombra” (Lc 1.35).
2. Quanto à morte e à ressurreição de Cristo.
O heresiarca gnóstico do Egito, Basilides, negava
a crucificação de Cristo, dizia que Simão, o cirineu, transfigurou-se e foi
equivocadamente crucificado, e que o populacho o tomou por Jesus. Assim sendo,
Cristo apenas presenciou a crucificação de Simão, seu suposto sósia. O Alcorão,
o livro sagrado dos muçulmanos e sua principal fonte de autoridade espiritual,
declara que o Senhor Jesus não foi crucificado, que tudo não passou de uma
simulação (Alcorão 4.157). Nas notas explicativas de rodapé nas edições do
Alcorão, eles afirmam que um sósia de Jesus foi levado à cruz. Isso se parece
com a ideia de Basilides. Essa doutrina contraria todo o pensamento bíblico e
os fatos históricos. A Bíblia ensina que Jesus morreu e ressuscitou dentre os
mortos (1 Co 15.3,4).
3. Confirmação histórica.
A confirmação bíblica e histórica da morte de
Jesus é fato incontestável. Historiadores não cristãos, judeus e romanos,
atestaram a morte de Jesus. Flávio Josefo, historiador judeu (37-100 d.C.),
disse: “acusaram-no perante Pilatos, e este ordenou que o crucificassem. Os que
o haviam amado durante a sua vida não o abandonaram depois da morte”. O historiador
romano Tácito (55-117 d.C.) escreveu: “Aquele de quem levavam o nome, Cristo,
foi executado no reinado de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos”. A Bíblia
declara que Jesus “depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e
infalíveis provas” (At 1.3).
SINOPSE III
A confirmação bíblica e histórica da
morte de Jesus é fato incontestável.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
A TEOLOGIA LIBERAL E A BÍBLIA
“Em palavras simples, a doutrina
cristã ortodoxa da Bíblia postula que ela é sobrenaturalmente inspirada por
Deus e infalível e normativa em todas as questões que dizem respeito à salvação
— de modo geral, definida como o relacionamento de uma pessoa com Deus e o seu
cumprimento a nível pessoal. Ela é singular dentre os livros por ser a Palavra
escrita de Deus, diferente em espécie, não somente em grau, de outros livros
importantes. Essa crença no status especial da Bíblia é encontrada na própria
Bíblia (e.g., 2 Tm 3.16, 17; 2 Pe 1.20, 21) e ao longo da História da Igreja,
desde os Pais Eclesiásticos até o pensamento ocidental da era moderna, quando
os deístas, por exemplo, começaram a questionar a inspiração e a autoridade da
Bíblia. Comparado ao consenso cristão ortodoxo de que a Bíblia é a revelação
que nos foi sobrenaturalmente dada por Deus, o Cristianismo liberal trata a
Bíblia como um livro humano de grande percepção e sabedoria espiritual, mas que
não é divinamente inspirado, nem singularmente normativo. [...] Os cristãos
liberais são, no entanto, extremamente relutantes em falar sobre a autoridade
da Bíblia, e isso os deixa sem uma fonte ou norma objetiva para as crenças e as
doutrinas cristãs” (OLSON, Roger. Contra a Teologia Liberal: Uma defesa cristã
bíblica tradicional. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, PP- 54, 55)
CONCLUSÃO
As expressões “o Verbo se fez carne” e “Jesus
Cristo veio em carne” significam uma resposta aos docetas. Os Evangelhos
revelam vários atributos característicos do Jesus ser humano. Ele foi revestido
do corpo físico porque o pecado entrou no mundo por um homem, e pela justiça de
Deus tinha de ser vencido por um ser humano. Jesus se encarnou. Fez-se homem
sujeito ao pecado, embora nunca houvesse pecado, e venceu o pecado como homem.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Como o Docetismo pode ser definido?
O Docetismo é a mais antiga heresia da história da igreja e consiste em negar que Jesus tivesse tido corpo físico humano, sua humanidade era simplesmente uma aparência, como um fantasma.
2. Quais os três principais heresiarcas docetas?
Cerinto, Saturnino e Marcião.
3. Qual a gravidade do Docetismo?
A gravidade dessa heresia está em afirmar que Jesus não teve corpo físico real. Então, Ele também não morreu, e se não morreu, também não ressuscitou, se não ressuscitou, logo não há esperança de salvação (1 Co 15.1-3,17,18).
4. O que o apóstolo reitera na introdução do
Evangelho de João?
O apóstolo reitera o que afirma na introdução do seu Evangelho: “o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida”.
5. Quem, na antiguidade e atualidade, nega a
crucificação do Senhor Jesus?
O heresiarca gnóstico do Egito, Basilides, negava a crucificação de Cristo, dizia que Simão, o cirineu, transfigurou-se e foi equivocadamente crucificado, e que o populacho o tomou por Jesus. Atualmente, 0 Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos e sua principal fonte de autoridade espiritual, declara que o Senhor Jesus não foi crucificado, que tudo não passou de uma simulação (Alcorão 4.157).