Dons de Elocução (Lição 5 )
🎯
Assunto: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens
com poder extraordinário
🎯
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
TEXTO ÁUREO
"Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém!" (1 Pe 4.11).
Lição 2: O propósito dos Dons Espirituais
🎯 Lições
Bíblicas Adultos 2º
trimestre de 2021, CPAD
🎯
Assunto: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens
com poder extraordinário
🎯
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
TEXTO ÁUREO
"Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja" (1 Co 14.12).
VERDADE
PRÁTICA
Os dons são recursos concedidos por Deus
para fortalecer e edificar a Igreja espiritualmente.
HINOS SUGERIDOS 5, 24, 239
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Co 12.12
A igreja - um só corpo
Terça - 1 Co 12.4,11
Diversidade de dons no
mesmo Espírito
Quarta - 1 Co 14.26
Tudo deve ser feito para
a edificação
Quinta - 1 Co 12.12-27
A verdadeira unidade
Sexta - 1 Co 13.1,2
Exercendo os dons
amorosamente
Sábado - 1 Co 12.7
A manifestação do Espírito e sua utilidade
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 12.8-11; 13.1,2
INTERAÇÃO
Qual é o real propósito dos dons espirituais? Você, professor, tem uma visão bíblica e teológica a respeito do objetivo dos dons? Muitos estão se utilizando dos dons de forma interesseira e egoísta. As dádivas divinas nos são concedidas pela graça e devem ser utilizadas com sabedoria e santidade a fim de que o nome do Senhor seja exaltado e todos os membros do Corpo de Cristo sejam edificados. Os dons não são para elitizar o crente. Também não são sinal de superioridade espiritual.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
I. Conscientizar-se de
que os dons espirituais não são para elitizar o crente.
II. Compreender que os dons devem ser utilizados para
edificar a si mesmo e aos outros.
III.
Saber que o propósito dos dons é a edificação
do Corpo de Cristo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para introduzir o
primeiro tópico da lição, divida a classe em dois grupos. Depois, escreva no
quadro as seguintes indagações: "O que precisamos fazer para receber os
dons espirituais?" "A santidade é condição para o recebimento dos dons?"
Cada grupo deverá ficar com uma questão. Dê alguns minutos para que os alunos
discutam as questões. Em seguida reúna a todos formando um único grupo. Peça a
um representante de cada grupo fazer suas considerações sobre a sua questão.
Ouça os alunos com atenção. Depois, explique que os dons espirituais são
habilidades concedidas pelo Espírito Santo para edificação da igreja. Para
receber estas habilidades basta crer e pedir com fé. Os dons são presentes
divinos e fruto da misericórdia do Pai. É graça de Deus!
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos o verdadeiro
propósito dos dons espirituais concedidos por Deus à sua Igreja. Os dons do
Espírito Santo são recursos imprescindíveis do Pai para os seus filhos. O seu
propósito é edificar-nos e unir-nos, fortalecendo assim a Igreja de Cristo (1
Tm 3.15).
I. OS DONS
NÃO SÃO PARA ELITIZAR O CRENTE
1. A igreja coríntia.
A Igreja em Corinto localizava-se numa
cidade comercial e próxima do mar, sendo uma das mais importantes do Império
Romano. Corinto era uma cidade economicamente rica, porém marcada pelo culto
idolátrico. Durante a segunda viagem missionária de Paulo, a igreja recebeu a
visita do apóstolo (At 18.1-18). Por conhecer muito bem a comunidade cristã em
Corinto foi que o apóstolo dos gentios tratou, em sua Primeira Epístola
dirigida àquela igreja, sobre a abundância da manifestação dos dons do
Espírito, chegando a afirmar daquela igreja que "nenhum dom" lhe
faltava (1 Co 1.7).
2. Uma igreja de muitos dons, mas
carnal.
Os dons do Espírito concedidos por Deus
à igreja de Corinto tinham por finalidade prepará-la e santificá-la para o
serviço do evangelho: a proclamação da Palavra de Deus naquela cidade. Todavia,
além de aquela igreja não usar corretamente os dons que recebera do Pai, tinha
em seu meio divisões, inveja, imoralidade sexual, etc. Como pode uma igreja
evidentemente cristã ser ao mesmo tempo carnal e imoral? Por isso Paulo a chama
de carnal e imatura (1 Co 3.1,3). Com este relato, aprendemos que as
manifestações espirituais na igreja local não são propriamente indicadoras de
seriedade, espiritualidade e santidade. Uma igreja onde predominam a inveja,
contenda e dissensões, nem de longe pode ser chamada de espiritual, e sim de
carnal.
3. Dom não é sinal de superioridade
espiritual.
Muitos creem erroneamente que os irmãos
agraciados com dons da parte de Deus são, por isso, mais espirituais que os
outros. Todavia, os dons do Espírito são concedidos pela graça de Deus. Por ser
resultado da graça divina, não recebemos tais dons por méritos próprios, mas
pela bondade e misericórdia de Deus. Que a mensagem de Jesus possa ressoar em
nossa consciência e convencer-nos de uma vez por todas de que os dons não são
garantia de espiritualidade genuína: "Muitos me dirão naquele Dia: Senhor,
Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos
demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi
abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a
iniquidade" (Mt 7.22,23).
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Nas páginas do Novo Testamento os dons
estão à disposição de todos os crentes, com o propósito de edificar a Igreja de
Cristo.
II.
EDIFICANDO A SI MESMO E AOS OUTROS
1. Edificando a si mesmo.
Paulo diz que quem "fala língua
estranha edifica-se a si mesmo" (1 Co 14.4). O apóstolo estimulava os
crentes da igreja de Corinto a cultivarem sua devoção particular a Deus através
do falar em línguas concedidas pelo Espírito, com o objetivo de edificarem a si
mesmos. Isto não significa que o apóstolo dos gentios proibia o falar em
línguas publicamente, mas ao fazê-lo de maneira devocional o crente batizado
com o Espírito Santo edifica-se no seu relacionamento com Deus. Falar ou orar
em línguas provenientes do Espírito é uma bênção espiritual maravilhosa.
2. Edificando os outros.
Os crentes de Corinto falavam em línguas
e exerciam vários dons espirituais, mas parece que eles não se preocupavam
muito em ajudar as pessoas. Por isso, o apóstolo lembra que os dons só têm
razão de existir quando o portador preocupa-se com a edificação da vida do
outro irmão em Cristo (1 Co 14.12). Em lugar de buscarmos prosperidade
material, como se pudéssemos barganhar com Deus usando dinheiro em troca de
bênçãos, busquemos os dons espirituais. Agindo assim edificaremos a nós mesmos
e também aos outros.
3. Edificando até o não crente.
Embora o apóstolo dos gentios
estimulasse todos os crentes a falarem em línguas, isto é, a edificarem a si
mesmos, seu desejo era que também esses mesmos crentes profetizassem a fim de
que a igreja toda fosse edificada. O comentário da Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal diz sobre esse texto: "Embora o próprio Paulo falasse em línguas,
enfatizava a profecia, porque esta edificava a Igreja inteira, enquanto falar
em línguas beneficiava principalmente o falante". Todos quantos vierem a
frequentar nossas reuniões devem ser edificados, sejam crentes ou não. Por
isso, não podemos escandalizar aqueles que não comungam a mesma fé que nós (1
Co 14.23). Como eles compreenderão a mensagem do evangelho se em uma reunião
não entenderem o que está sendo falado? (1 Co 14.9)
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Os dons só têm uma razão de existir na
vida do crente: edificar a vida do outro irmão em Cristo.
III.
EDIFICAR TODO O CORPO DE CRISTO
1. Os dons na igreja.
Na Primeira Carta aos Coríntios, Paulo
dedica dois capítulos (12 e 14) para falar a respeito do uso dos dons na
igreja. O apóstolo mostra que quando os dons são utilizados com amor, todo o
Corpo de Cristo é edificado. Conforme diz Thomas Hoover, parafraseando Paulo em
Efésios 4.16, "os membros do corpo, cada qual com sua própria função
concedida pelo Espírito, cooperam para o bem de todas. O amor é essencial para
os dons espirituais alcançarem seu propósito". Se não houver amor,
certamente não haverá edificação (1 Co 13). Sem o amor de Deus nos tornamos
egoístas e acabamos por colocar nossos interesses em primeiro lugar. O
propósito dos dons, que é edificar o Corpo de Cristo, só pode ser cumprido se
tivermos o amor de Deus em nossa vida.
2. Os sábios arquitetos do Corpo de
Cristo.
Deus levanta homens para edificarem
espiritual, moral e doutrinariamente a igreja local. A Igreja é o
"edifício de Deus" (1 Co 3.9). Os ministros, sábios arquitetos (1 Co
3.10). O fundamento já está posto pelos apóstolos: Jesus Cristo (1 Co 3.11). Mas os ministros têm de
tomar o cuidado com as pedras assentadas sobre este alicerce, pois eles também
tomam parte na edificação espiritual da Igreja de Cristo segundo a mesma graça
concedida aos apóstolos. Por isso, Paulo faz uma solene advertência para a
liderança hoje: "mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém
pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus
Cristo" (1 Co 3.10,11).
3. Despenseiros dos dons.
O apóstolo Pedro exortou a igreja acerca
da administração dos dons de Deus (1 Pe 4.10,11). Ele usou a figura do
despenseiro que, antigamente, era o homem que administrava a despensa e tinha
total confiança do patrão. O despenseiro adquiria os mantimentos, zelava para
que não estragassem e os distribuíam para a alimentação da família. Desta
forma, os despenseiros da obra do Senhor devem alimentar a "família de
Deus" (1 Co 4.1; Ef 2.19).
Eles precisam ter o cuidado no uso dos
dons concedidos pelo Senhor para prover a alimentação espiritual, objetivando a
edificação do Corpo de Cristo: "Cada um administre aos outros o dom como o
recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar,
fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o
poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a
quem pertence a glória e o poder para todo o sempre" (1 Pe 4.10,11).
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Quando os dons espirituais são utilizados
com amor todo o Corpo de Cristo é edificado.
CONCLUSÃO
A Igreja de Jesus Cristo tem uma missão
a cumprir: proclamar o evangelho em um mundo hostil às verdades de Cristo e
descrente de Deus. Diante desta tão sublime tarefa, a igreja necessita do poder
divino. Os dons espirituais são um "arsenal" à disposição do corpo de
Cristo para o cumprimento eficaz de sua missão na terra. Como já foi dito, o
propósito dos dons é edificar toda a igreja, todo Corpo de Cristo para ser
abençoado, exortado e consolado. Por isso, nunca devemos usar os santos dons de
Deus em benefício particular, como se fosse algo exclusivo de certas pessoas.
Somos chamados a servir a Igreja do Senhor, e não a utilizar os dons de Deus
para nós mesmos.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO - I
Subsídio
Teológico
"Dado
conforme o Espírito Deseja
A primeira relação dos dons
com a repetição do fato que cada um é dado pelo Espírito (1 Co 12.8-10) leva ao
clímax no versículo 11, que diz: 'Mas um só e o mesmo Espírito opera todas as
coisas, repartindo particularmente [individualmente] como quer'. Aqui temos um
paralelo com Hebreus 2.4, que fala dos apóstolos que primeiramente ouviram o
Senhor e depois transmitiram a mensagem: 'Testificando também Deus com eles,
por sinais [sobrenaturais], e milagres, e várias maravilhas [tipos de obras de
grande poder] e dons [distribuições separadas] do Espírito Santo, distribuídos
por sua vontade'. É evidente, à luz destes trechos, que o Espírito Santo é
soberano ao outorgar os dons. São distribuídos segundo a sua vontade. Buscamos
os melhores dons, mas Ele é o único que sabe o que é realmente melhor em
qualquer situação. Fica evidente, também, que os dons permanecem debaixo de sua
autoridade. Nunca são nossos no sentido de não precisarmos do Espírito Santo,
pela fé, para cada expressão desses dons. Nunca se tornam parte da nossa
própria natureza, ao ponto de não perdê-los, de serem tirados de nós. A Bíblia
diz que os dons e a vocação de Deus são permanentes (Deus não muda de opinião a
respeito deles), mas aqui há referência a Israel (Rm 11.28,29)" (HORTON,
Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12.ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2012, p. 230).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO -
II
Subsídio Bibliológico
"O
amor é essencial
Os dons têm um lugar especial
na igreja e são muito úteis. Mas o amor representa a essência da vida cristã, e
é absolutamente necessário. Ele encontra um lugar mesmo entre os dons
carismáticos, porém os dons sem a presença do amor são como um corpo sem alma.
Sem amor, o dom de falar se
torna vazio e imprudente - ele é como o metal que soa ou como o sino que tine.
O metal que soa ('gongo barulhento') significa que um pedaço de metal não
lavrado ou gongo usado para chamar a atenção. Tinir (alalazon) significa
'colidir', ou um som alto e áspero. O sino (ou símbolo) consistia de duas meias
circunferências que eram golpeadas causando um estrondo. A ideia aqui é de um
inexpressivo som de metal em lugar de música.
O objetivo do apóstolo é
mostrar que o homem que professa o dom da glossolalia, da forma como era
praticada em Corinto, mas que não tem amor, na realidade não é mais que um
instrumento metálico impessoal" (Comentário Bíblico Beacon. 1.ed. Vol. 8.
Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.343,44).
EXERCÍCIOS
1. Qual é o verdadeiro propósito dos
dons divinos?
R. Edificar-nos e unir-nos, fortalecendo
assim a Igreja de Cristo.
2. De acordo com a lição, Paulo
priorizava na igreja o ato de profetizar
ou o de falar em línguas? Por quê?
R. O ato de profetizar. Porque assim
todos seriam edificados.
3. Quantos capítulos, Paulo dedicou para
falar a respeito dos dons? Quais são estes capítulos?
R. Dois capítulos: 13 e 14.
4. O que é essencial o crente ter para
que a igreja seja edificada?
R. Amor.
5. Segundo a lição, o que fazia o
despenseiro?
R. Era a pessoa responsável por
administrar a despensa.
Lição 3: Dons de Revelação
🎯 Lições
Bíblicas Adultos 2º
trimestre de 2021, CPAD
🎯
Assunto: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens
com poder extraordinário
🎯
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
TEXTO ÁUREO
"Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação" (1 Co 14.26).
VERDADE PRÁTICA
Os dons de revelação
divina são indispensáveis à igreja da atualidade, pois vivemos em um tempo
marcado pelo engano.
HINOS SUGERIDOS 155, 387, 441
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Rs 4.29-31
Sabedoria concedida por
Deus
Terça - 2 Rs 6.8-12
Deus revela o oculto
Quarta - 1 Co 12.8
Sabedoria e ciência
Quinta - Mt 2.12
Proteção por divina
revelação
Sexta - Ef 1.17
Espírito de sabedoria e
revelação
Sábado - Ap 1.1
A revelação de Jesus Cristo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 12.8,10; Atos 6.8-10; Daniel
2.19-22
INTERAÇÃO
Prezado professor, nesta lição
estudaremos a respeito dos dons de revelação.
Estes dons são concedidos à Igreja a fim de que ela seja edificada.
Estamos vivendo "tempos trabalhosos", necessitamos da sabedoria que
vem do alto, do poder de Deus. Durante o
preparo da lição, ore, peça que o Senhor conceda aos seus alunos os dons de
revelação. Siga o exemplo de Paulo, pois sua oração em favor dos crentes de
Éfeso era: "Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória,
vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação" (Ef
1.17). Deus deseja nos outorgar os dons
de revelação, a fim de que sejamos edificados e jamais venhamos a cair nas
astutas ciladas do Maligno.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
I. Analisar o
dom da palavra da sabedoria.
II. Compreender o
dom da palavra da ciência.
III. Saber a respeito do dom de discernimento dos
espíritos.
INTRODUÇÃO
O teólogo pentecostal Stanley Horton
afirma que "a maioria dos estudiosos classifica os dons de 1 Coríntios
12.8-10 em três categorias: revelação, poder e expressão, [tendo] três dons em
cada categoria". Na lição desta semana estudaremos a respeito dos dons da
"primeira categoria": os de revelação. Estes são concedidos aos
servos de Deus para o aconselhamento e orientação da Igreja do Senhor.
I. PALAVRA
DA SABEDORIA
1. Conceito.
O termo palavra exprime uma manifestação
verbal ou escrita. Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, sabedoria significa
"discernimento inspirado nas coisas sobrenaturais e humanas". A
sabedoria abordada pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 12.8a refere-se a uma
capacitação divina sobrenatural para tomada de decisões sábias e em
circunstâncias extremas e difíceis. De acordo com Estêvam Ângelo de Souza,
"a palavra da sabedoria é a sabedoria de Deus, ou, mais especificamente,
um fragmento da sabedoria divina, que nos é dada por meios sobrenaturais".
2. A Bíblia e a palavra de sabedoria.
Embora na Antiga Aliança os dons
espirituais não fossem plena e claramente evidenciados como na Nova, alguns
episódios do Antigo Testamento vislumbram o quanto Deus conferia aos homens
sabedoria do alto para executar tarefas ou tomar decisões. Um exemplo disso é a
revelação e a interpretação dos sonhos de Faraó através de José, o filho de
Jacó (Gn 41.14-41). Ele não apenas interpretou os sonhos de Faraó, mas trouxe
orientações sábias para que o Egito se preparasse para o período de fome que
estava para vir. A habilidade do rei Salomão em resolver causas complexas,
igualmente, é um admirável exemplo de dom da sabedoria no Antigo Testamento (1
Rs 3.16-28; 4.29-34).
Em o Novo Testamento podemos tomar como
exemplo de palavra da sabedoria a exposição da Escritura realizada pelo diácono
e primeiro mártir cristão, Estevão. O livro de Atos conta-nos que os sábios da
sinagoga, chamada dos Libertos, "não podiam resistir à sabedoria e ao
Espírito com que falava" (At 6.9,10).
3. Uma liderança sábia. A palavra de
sabedoria é de grande valor na tarefa do aconselhamento pessoal e em situações
que demandam uma orientação no exercício do ministério pastoral. Entretanto,
tenhamos cuidado para não confundir a manifestação desse dom com o nosso desejo
pessoal. Lembremo-nos de que Deus manifesta os dons em nossas vidas segundo o
conselho da sua sabedoria, não da nossa. Tenhamos maturidade e cuidado no uso
dos dons!
SINOPSE DO TÓPICO (1)
A sabedoria a que se refere 1 Coríntios
12.8 não é a humana, adquirida mediante os livros ou nas universidades, mas sim
uma capacidade sobrenatural, divina, para tomar decisões sábias em
circunstâncias extremante difíceis.
II. PALAVRA
DA CIÊNCIA
1. O que é?
Este dom muito se relaciona ao ensino
das verdades da Palavra de Deus, fruto do resultado da iluminação do Espírito
acerca das revelações dos mistérios de Deus conforme aborda Stanley Horton, em
sua Teologia Sistemática (CPAD). Este dom também se relaciona à capacidade
sobrenatural concedida pelo Espírito Santo ao crente para este conhecer fatos e
circunstâncias ocultas.
2. Sua função.
O dom da palavra da ciência não visa
servir a propósitos triviais, como o de descobrir o significado dos tecidos do
Tabernáculo ou a identidade da mulher de Caim, etc. Isto é mera curiosidade
humana, e o dom de Deus não foi dado para satisfazê-la. A manifestação
sobrenatural deste dom tem a finalidade de preservar a vida da igreja,
livrando-a de qualquer engano ou artimanha do maligno.
3. Exemplos bíblicos da palavra da
ciência.
Ao profeta Eliseu foram revelados os
planos de guerra do rei da Síria. Quando o rei sírio pensou em atacar o
exército de Israel, surpreendendo-o em determinado lugar, o profeta alertou o
rei de Israel sobre os planos inimigos (2 Rs 6.8-12). Outro exemplo foi a
revelação de Daniel acerca do sonho de Nabucodonosor, quando Deus descortinou a
história dos grandes impérios mundiais ao profeta (Dn 2.2,3; 17-19). Em o Novo
Testamento, esse dom foi manifesto quando o apóstolo Pedro desmascarou a
mentira de Ananias e Safira (At 5.1-11). O dom da palavra da ciência não é
adivinhação, mas conhecimento, concedido sobrenaturalmente, da parte de Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O dom da palavra da ciência não é para
servir a propósitos triviais. A manifestação sobrenatural deste dom tem a
finalidade de preservar a vida da igreja, livrando-a de qualquer engano ou
artimanha do maligno.
III.
DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS
1. O dom de discernir os espíritos.
É uma capacidade sobrenatural dada por
Deus ao crente para discernir a origem e a natureza das manifestações
espirituais. De acordo com o termo grego diakrisis, a palavra discernir
significa "julgar através de"; "distinguir". Ela denota o
sentido de "se penetrar da superfície, desmascarando e descobrindo a
verdadeira fonte dos motivos". Stanley Horton afirma que este dom
"envolve uma percepção capaz de distinguir espíritos, cuja preocupação é
proteger-nos dos ataques de Satanás e dos espíritos malignos" (cf. 1 Jo
4.1).
2. As fontes das manifestações
espirituais.
Ao longo das Escrituras podemos destacar
três origens das manifestações espirituais no mundo: Deus, o homem e o Diabo.
Uma profecia, por exemplo, pode ser fruto da ordem divina ou da mente humana ou
ainda de origem maligna. Como saber? Aqui, o dom de discernir os espíritos tem
o papel essencial de preservar a saúde espiritual da congregação. Segundo nos
ensina o pastor Estêvam Ângelo, o "discernimento de espíritos não é
habilidade para descobrir as faltas alheias". O dom não é uma permissão
para julgar a vida dos outros.
3. Discernindo as manifestações
espirituais.
A Palavra de Deus nos ensina que os
espíritos devem ser provados (1 Jo 4.1). Toda palavra que ouvimos em nome de
Deus deve passar pelo crivo das Sagradas Escrituras, pois o Senhor Jesus nos
advertiu sobre os falsos profetas. Ele ensinou-nos que os falsos profetas são
conhecidos pelos "frutos que produzem", isto é, pelo caráter (Mt
7.15-20). Jesus conhece o segredo do coração humano, mas nós não, e por isso
precisamos do Espírito Santo para revelar-nos a verdadeira motivação daqueles
que falam em nome do Senhor. O apóstolo João nos advertiu acerca do
"espírito do antricristo" que já opera neste mundo (1 Jo 4.3).
SINOPSE DO TÓPICO (3)
O dom de discernimento dos espíritos é
uma capacidade sobrenatural dada por Deus ao crente para discernir a origem e a
natureza das manifestações espirituais.
CONCLUSÃO
A Igreja de Jesus necessita dos dons de revelação para discernir entre o certo e o errado, entre o legítimo e o falso. Os falaciosos ensinos e as manifestações malignas podem ser desmascarados pelo dom do discernimento dos espíritos. Que Deus conceda à sua igreja dons de revelação para não cairmos nas astutas ciladas do Maligno.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO - I
Subsídio
Teológico
"Uma Palavra de
Sabedoria
Trata-se de uma palavra (uma
proclamação, uma declaração) de sabedoria dada para satisfazer a necessidade de
alguma ocasião [...]. Não depende da capacidade humana nem da sabedoria
natural, pois é uma revelação do conselho divino. Mediante esse dom, a
percepção sobrenatural, tanto da necessidade como da Palavra de Deus, traz a
aplicação prática daquela Palavra [...]ao problema do momento.
Porque é uma palavra de
sabedoria, fica claro que é concedida apenas o suficiente para aquela
necessidade. Este dom não nos enaltece para um novo nível de sabedoria, nem nos
torna impossibilitados de cometer enganos. [...]. Às vezes, este dom transmite
uma palavra de sabedoria para orientar a Igreja, assim como em Atos 6.2-4;
15.13-21. É possível, também, que cumpra a promessa dada por Jesus, que daria
'boca de sabedoria a quem não poderão resistir nem contradizer todos quantos se
vos opuserem' (Lc 21.15). A prova de que Jesus falava em um dom sobrenatural (a
palavra de sabedoria) é comprovada, quando proibiu a premeditação do que diriam
nas sinagogas ou diante dos tribunais (Lc 21.13,14). Isso certamente foi
cumprido pelos apóstolos e por Estêvão (At 8.4-14,19-21, 6,9,10)" (HORTON,
Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12.ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2012, p.294).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO - II
Subsídio
Teológico
"Discernimento de
espíritos
Os dons têm um lugar especial
na igreja e são muito úteis. Mas o amor representa a essência da vida cristã, e
é absolutamente necessário. Ele encontra um lugar mesmo entre os dons. A
expressão inteira, no grego, apresenta-se no plural. Este fato indica uma
variedade de maneiras na manifestação desse dom. Por ser mencionado
imediatamente após a profecia, muitos estudiosos o entendem como um dom
paralelo responsável por 'julgar' as profecias (1 Co 14.29). Envolve uma
percepção capaz de distinguir espíritos, cuja preocupação é proteger-nos dos
ataques de Satanás e dos espíritos malignos (cf. 1 Jo 4.1). O discernimento nos
permite pregar a Palavra de Deus e todos os demais dons para liberar o campo à
proclamação plena do Evangelho" (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática:
Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.475).
SAIBA MAIS 👇
EXERCÍCIOS
1. Qual é o verdadeiro propósito dos
dons divinos?
R. Discernimento inspirado nas coisas
sobrenaturais e humanas.
2. De acordo com a lição, Paulo
priorizava na igreja o ato de profetizar
ou o de falar em línguas? Por quê?
R. José e Salomão.
3. Quantos capítulos, Paulo dedicou para
falar a respeito dos dons? Quais são estes capítulos?
R. Este dom se relaciona ao ensino das
verdades da Palavra de Deus, fruto do resultado da iluminação do Espírito
acerca das revelações dos mistérios de Deus.
4. O que é essencial o crente ter para
que a igreja seja edificada?
R. Preservar a vida da igreja,
livrando-a de qualquer engano ou artimanha do Maligno.
5. Segundo a lição, o que fazia o
despenseiro?
R. É uma capacidade sobrenatural dada
por Deus ao crente para discernir a origem e a natureza das manifestações espirituais.