“LIÇÃO COMENTADA”
Lições
Bíblicas do 2° trimestre de 2020 - CPAD | Classe: Adultos
Blog: www.evjair.blogspot.com
Texto Áureo
“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo
seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas,
nos vivificou juntamente com Cristo [...].” (Ef 2.4,5)
VERDADE PRÁTICA
Por meio da maravilhosa graça divina fomos libertos
do pecado, perdoados e salvos da condenação e, ainda, recebemos o direito à
vida eterna.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Rm 3.21-23
Todos pecaram e encontravam-se
longe de Deus
Terça - Is 59.1,2
Os pecados nos afastam de Deus e
impedem as nossas orações
Quarta - Tg 1.15
A consequência do pecado é a morte
Quinta - Rm 11.30-32
A compaixão divina alcança toda a humanidade
Sexta - Rm 3.24-26
Fomos alcançados pelo favor
imerecido de nosso Deus
Sábado - Mt 5.13-16
Resgatados por Cristo, devemos ser
sal da terra e luz do mundo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 2.1-10
1 - E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas
e pecados,
2 - em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso
deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora,
opera nos filhos da desobediência;
3 - entre os quais todos nós também, antes,
andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos
pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.
4 - Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia,
pelo seu muito amor com que nos amou,
5 - estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos
vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),
6 - e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez
assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;
7 - para mostrar nos séculos vindouros as
abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo
Jesus.
8 - Porque pela graça sois salvos, por meio da fé;
e isso não vem de vós; é dom de Deus.
9 - Não vem das obras, para que ninguém se glorie.
10 - Porque somos feitura sua, criados em Cristo
Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
INTRODUÇÃO
A presente seção da Epístola aos Efésios apresenta
relevantes aspectos doutrinários
da salvação (2.1-10). Nela, o apóstolo descreve a libertação dos
pecados como um favor imerecido dado por Deus aos salvos, a fim de que eles
desfrutassem de uma nova vida em Cristo.
✍COMENTÁRIO:
👉 ASPECTOS
DOUTRINÁRIOS DA SALVAÇÃO.
A doutrina da salvação, chamada de Soteriologia, ocupa-se do
estudo do plano salvífico (Ef 1.3-14), da obra de Cristo (Rm 3.24-26), e da
aplicação da salvação ao homem (Ef 2.8-10), de acordo com a Escritura.
O QUE É A SALVAÇÃO?
1.
Definição etimológica.
Na língua original do Novo Testamento, a palavra sōtēria ,
além de salvação, traz as seguintes significações: “libertação de um perigo
eminente. Livramento do poder e da maldição do pecado. Restituição do homem à
plena comunhão com Deus” (Dicionário Teológico).
2.
Definição teológica.
Doutrina segundo a qual, Deus, em seu insondável amor, ofereceu
o seu Unigênito para salvar pela graça, por intermédio da fé, os que o aceitam
como o único e suficiente Salvador (Ef 2.8-10). A salvação é amorosamente inclusiva;
contempla a humanidade por inteiro, visto que todos nós, em Adão, caímos no
pecado pela transgressão da Lei de Deus; logo: todos precisamos ser resgatados
por Cristo. Ler Rm 5.12,17,18; Gl 4.4,5; Is 43.27.
I – A ANTIGA NATUREZA MORTA EM OFENSAS E PECADOS
No início da Epístola, o apóstolo Paulo lembra que
antes da regeneração estávamos mortos
em ofensas, pecados e éramos por natureza “filhos da ira” (2.1-3).
✍COMENTÁRIO:
👉 REGENERAÇÃO.
A regeneração é o ato divino que concede ao penitente que crê
uma vida nova e mais elevada mediante união pessoal com Cristo. O Novo
Testamento assim descreve a regeneração:
(1) Nascimento. Deus o pai é quem
"gerou", e o crente é "nascido" de Deus (1 João 5.1),
"nascido do Espírito" (João 3.8), "nascido do alto"
(tradução literal de João 3.3,7). Esses termos referem-se ao ato da graça
criadora que faz do crente um filho de Deus.
(2) Purificação. Deus nos salvou pela
"lavagem" (literalmente, lavatório ou banho) da regeneração".
(Tito 3.5.) A alma foi lavada completamente das imundícias da vida de outrora,
recebendo novidade de vida, experiência simbolicamente expressa no ato de
batismo. (Atos
(3) Vivificação. Somos salvos não somente
pela "lavagem da regeneração", nas também pela "renovação do
Espírito Santo" (Tito 3.5; Cl 3.10; Rm 12.2; Ef 4.23; Sl 51.10). A
essência da regeneração é uma nova vida concedida por Deus Pai, mediante Jesus
Cristo e pela operação do Espírito Santo.
(4) Criação. Aquele que criou o homem no
princípio e soprou em suas narinas o fôlego de vida, o recria pela operação do
seu Espírito Santo. (2 Co 5.17; Ef 2.10; Gl 6.15; Ef 4.24; Gên 2.7.) O
resultado prático é uma transformação radical da pessoa em sua natureza, seu
caráter, desejos e propósitos.
(5) Ressurreição. (Rm 6.4,5; Cl 2.13; 3.1;
Ef 2.5, 6.) Como Deus vivificou o barro inanimado e o fez vivo para com o mundo
físico, assim ele vivifica a alma em seus pecados e a faz viva para as
realidades do mundo espiritual. Esse ato de ressurreição espiritual é
simbolizado pelo batismo nas águas. A regeneração é "a grande mudança que
Deus opera na alma quando a vivifica; quando ele a levanta da morte do pecado
para a vida de justiça" (João Wesley).
1. Nossa condição anterior.
“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e
pecados” diz o primeiro versículo. A palavra “ofensa”, do grego paraptoma,
tem o sentido de “passo em falso de forma deliberada”. O termo para pecado é “hamartia”,
o qual descreve como “aquele que erra o alvo”. Em vista disso, o homem em sua
natureza decaída é diagnosticado como “morto” (2.1), ou seja, uma declaração da
real condição das pessoas sem Deus. O conceito é de morte moral e espiritual provocada pelo
pecado, que inevitavelmente separa o homem de Deus (Is 59.2; Tg 1.15). Tal qual
um corpo inerte, a natureza pecaminosa impede o homem de ouvir e obedecer à voz
de Deus. Quem assim vive está morto enquanto “vive” (1 Tm 5.6).
✍COMENTÁRIO:
👉 PECADO.
Há uma lista extensa de palavras na Bíblia para designar o
pecado: erro, iniquidade, transgressão, maldade, impiedade, engano, sedução,
rebelião, violência, perversão, orgulho, malícia, concupiscência, prostituição,
injustiça etc., além dos verbos e adjetivos cognatos. Muitos desses termos, e
outros similares, estão na sombria lista apresentada pelo apóstolo Paulo (Rm
1.29-32; Gl 5.19-21). Mas há um termo genérico para designar o pecado com todos
os seus detalhes, chattath, e seu equivalente verbal chattá
(pronuncia-se hatá, com “h” aspirado), que literalmente significa “errar o
alvo” (Jz 20.16). O substantivo derivado desse termo aparece pela primeira vez
no relato do assassinato de Abel por seu irmão Caim: “E, senão fizeres bem, o
pecado jaz à porta” (Gn 4.7). O seu equivalente grego na Septuaginta e no Novo
Testamento é hamartia. Essa palavra na Septuaginta traduz 24 termos
hebraicos no Antigo Testamento referentes ao pecado.
DOIS
TIPOS DE PECADO:
(1) Pecado de comissão - As Escrituras declaram
que “o pecado é a transgressão da lei” (1Jo 3.4 — ARA) e que “toda iniquidade é
pecado” (1Jo 5.17). Essa declaração é geralmente conhecida como pecado de
comissão, isto é, quando praticamos aquilo que não deveríamos fazer (Mt 15.3;
Rm 5.14).
(2) Pecado de omissão - A Palavra de Deus nos
ensina ainda que “aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado”
(Tg 4.17). Esse pecado é chamado de omissão, pois consiste em nossa falta de
ação naquilo que deveríamos fazer (Jo 9.41).
***
👉 MORTE MORAL E ESPIRITUAL.
A Bíblia fala de três tipos distintos de mortes: física,
espiritual e eterna.
(1) Morte física - O texto que melhor elucida esta
morte é 2Sm 14.14, que diz: “Porque certamente morreremos e seremos como águas
derramadas na terra, que não se ajuntam mais”. O que acontece com o corpo morto
quando é sepultado? Depois de alguns dias, terá se desfeito e esvaído como
águas derramadas na terra. E isso que a morte física acarreta literalmente.
(2) Morte espiritual - Este tipo tem dois sentidos na
perspectiva bíblica: negativo e positivo. No sentido negativo, a morte pode ser
identificada pela expressão bíblica “morte no pecado”. E um estado de separação
da comunhão com Deus. Significa estar debaixo do pecado, sob o seu domínio (Ef
2.1,5). O seu efeito é presente e futuro. No presente, refere-se a uma condição
temporal de quem está separado da vida de Deus (Ef 4.18). No futuro, refere-se
ao estado de eterna separação de Deus, o que acontecerá no Juízo Final (Mt
25.46).
No sentido positivo é a morte espiritual experimentada pelo
crente em relação ao mundo. Isto é: a sua pena do pecado foi cancelada e, agora
vive livre do domínio do pecado (Rm 6.14). Quanto ao futuro, o cristão
autêntico terá a vida eterna. Ou seja: a redenção do corpo do pecado (Ap 21.27;
22.15).
3. Morte eterna - É chamada a segunda morte,
porque a primeira é física (Ap 2.11). Identificada como punição do pecado (Rm
6.23). Também denominada castigo eterno. E a eterna separação da presença de
Deus — a impossibilidade de arrependimento e perdão (Mt 25.46). Os ímpios,
depois de julgados, receberão a punição da rejeição que fizeram à graça de Deus
e, serão lançados no Geena (Lago de Fogo) (Ap 20.14,15; Mt 5.22,29,30;
23.14,15,33). Restringe-se apenas aos ímpios (At 24.15). Esse tipo de morte tem
sido alvo de falsas teorias que rejeitam o ensino real da Bíblia.
***
2. Nossas ofensas e pecados.
A má conduta “em que, noutro tempo, andastes” é
descrita por Paulo por meio da metáfora do ato de “andar” (2.2a). Refere-se às
atitudes erradas adotadas na vida passada do salvo antes da regeneração:
2.1. “Andastes, segundo o curso deste mundo”
(2.2b).
Os costumes eram praticados conforme o sistema
mundano da época, tais como: a imoralidade, o furto e a mentira (4.22-32). Uma
constatação de que o salvo não deve tomar a forma do mundo, relativizar o
pecado e muito menos ajustar-se à maneira de viver de seu tempo (Rm 12.2).
✍COMENTÁRIO:
👉 MUNDO
Mundo (1Jo 2.15,16) [No Grego cosmos]:
Sistema constituído de pessoas, ideias, leis, instituições, comportamentos e
atividades conduzidos por Satanás.
Com a contaminação do pecado, "o
cosmos" (1 Jo 5.19) tornou-se um sistema maligno (Ef 2.2; Gl 1.4; 2 Co
4.4), controlado por Satanás, o príncipe deste mundo (Mt 4.8; Jo 14.30; 16.11;
2 Tm 2.26; 1 Jo 5.19). Ele exerce autoridade sobre grande parte das atividades
típicas deste mundo e chefia um sistema invisível de maldade e destruição, no
qual anjos malignos e homens ao seu serviço fazem direta oposição a Deus (At
8.4), à sua Palavra e ao seu povo (1 Pe 1.18,19; At 26.18).
Tiago 4.4 - A amizade do mundo" é adultério espiritual, ou seja,
infidelidade a Deus e ao nosso compromisso de dedicação a Ele (1 Jo 2.15-17;
cf. Is 54.5; Jr 3.20). Significa acatar os pecados, os valores e os prazeres malignos
do mundo. Deus não aceitará semelhante amizade (Mt 6.24), porque é um Deus
zeloso (Êx 20.5; Dt 5.9). Um exemplo de amizade desse tipo é a participação do
crente em sociedades secretas (i.e., a filiação a lojas maçônicas) que exigem
juramentos, ritos e práticas religiosas antibíblicos e comunhão com incrédulos,
coisas essas que estão proibidas na Palavra de Deus (Mt 5.33-37; 2 Co 6.14). O
crente não pode pertencer a tais sociedades sem transigir com a doutrina cristã
(2 Pe 3.16), com os padrões divinos, com o princípio bíblico da separação do
mundo (2 Co 6.17,18) e com sua lealdade a Cristo (Mt 6.24).
***
2.2. “Andastes, [...] segundo o
príncipe da potestade do ar” (2.2c). Uma alusão a Satanás
que exerce autoridade sobre os poderes do mal (Jo 12.31). Indica
que os agentes malignos têm a capacidade de influenciar os homens desobedientes
e incrédulos (2 Co 4.4). Mais adiante na Carta, Paulo alerta que a nossa
luta é contra tais seres do mal (6.12). Contudo, não é necessário temer, pois
Deus exaltou Cristo acima de todos eles (1.21).
Deus não se mostra apenas misericordioso, mas “abundante
em misericórdia”.
2.3. “Andávamos fazendo a vontade da carne e dos
pensamentos” (2.3).
Refere-se à inclinação para fazer o mal, algo
inerente à natureza humana (Gn 6.5). Estão incluídos aqui os pensamentos
pervertidos e a prática de todos os desejos desordenados da carne. Como
resultado, éramos “filhos da ira”, isto é, condenados e desprovidos do favor
divino. Paulo sublinha que essa era a nossa condição (4.18). Entretanto,
aprouve ao Pai nos eleger e nos predestinar para “filhos de adoção” (1.5).
✍COMENTÁRIO:
👉 CARNE.
“Carne” (gr. sarx) é a natureza pecaminosa com seus desejos
corruptos, a qual continua no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo
mortal (Rm 8.6-8,13; Gl 5.17,21). Aqueles que praticam as obras da carne não
poderão herdar o reino de Deus (5.21). Por isso, essa natureza carnal
pecaminosa precisa ser resistida e mortificada numa guerra espiritual contínua,
que o crente trava através do poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14; Gl 5.17).
Gálatas 5.19-23 “Porque as obras da carne são manifestas, as
quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias,
inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas,
homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das
quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não
herdarão o Reino de Deus.
***
II – VIVIFICADOS PELA GRAÇA
Por ato de bondade e misericórdia, estando nós
ainda mortos em pecados, Deus imensamente nos amou e, por isso, nos vivificou por meio de
sua graça.
✍COMENTÁRIO:
👉 NOS
VIVIFICOU
VIVO, VIVIFICAR - Estas palavras antigas significam dar a vida.
Deus é o “juiz dos vivos e dos mortos" (At 10.42; 1 Pe 4.5). A Palavra de
Deus é citada como “viva e eficaz” (Hb 4.12), além de poderosa. Assim como Deus
ressuscita os mortos e os vivifica (lhes dá vida), assim Cristo vivifica
aqueles a quem quer (Jo 5.21; Rm 4.17; 8.11). A terceira pessoa da Trindade
vivificou a Cristo quando Ele ressuscitou dos mortos (1 Pe 3.18), e vivifica o
crente no momento em que este é regenerado (Jo 6.63; Ef 2.5; Cl 2.13).
***
1. Alcançados pela misericórdia e pelo amor divino.
Após constatar a situação da humanidade “sob a ira de Deus” (2.3),
Paulo passa a descrever os atos divinos de amor e de misericórdia que alteraram
o quadro caótico da raça humana. Começando com uma conjunção adversativa, o
apóstolo declara exultante: “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com
que nos amou” (2.4). O ato de misericórdia implica compaixão e simpatia para
com os indignos (Rm 11.30-32). A Carta aos Efésios ensina que, ao prover à
humanidade o meio de escape da merecida ira (cf.1.7), Deus não se mostra apenas
misericordioso, mas “abundante em misericórdia”. E essa riquíssima misericórdia
procede do “seu muito amor com que nos amou”. A Bíblia enfatiza que foi a
magnitude desse amor que motivou a nossa salvação (Jo 3.16; 1 Jo 4.9).
✍COMENTÁRIO:
👉 IRA DE DEUS
A ira (gr. orge) de Deus é uma expressão da sua justiça e do seu amor. É a indignação pessoal
de Deus e sua reação imutável diante de todo o pecado (Ez 7.8,9; Ef 5.6; Ap
19.15) causada pelo comportamento iníquo do ser humano (Êx 4.14; Nm 12.1-9; 2
Sm 6.6,7) e nações (Is 10.5; 13.3; Jr 50.13; Ez 30.15), e pela apostasia e
infidelidade do seu povo (Nm 25.3; 32.10-13; Dt 29.24-28).
(1) NO PASSADO, a ira de Deus e seu ódio ao pecado revelou-se através do
dilúvio (Gn 6-8), da fome e da peste (Ez 6.11ss), do abrasamento da terra (Dt 29.22,23),
da dispersão do seu povo (Lm 4.16) e de incêndio através da terra (Is 9.18,19).
(2) NO PRESENTE, a ira de Deus é vista quando Ele entrega os ímpios à imundícia
e às vis paixões (ver v. 24 nota) e leva à ruína e à morte todos quantos
persistem em lhe desobedecer (1.18-3.18; 6.23; Ez 18.4; Ef 2.3).
(3) NO FUTURO, a ira de Deus incluirá a Grande Tribulação para os ímpios deste
mundo (Mt 24.21; Ap 6-19) e um dia vindouro de juízo para todos os povos e
nações (Ez 7.19; Dn 8.19) "dia de alvoroço e de desolação, dia de trevas e
de escuridão" (Sf 1.15), um dia de prestação de contas para os iníquos (Rm
2.5; Mt 3.7; Lc 3.17; Ef 5.6; Cl 3.6; Ap 11.18; 14.8-10; 19.15). Por fim, Deus
manifestará sua ira mediante o castigo eterno sobre os que não se
arrependerem.
(4) A IRA DE DEUS não é a sua última palavra aos seres humanos, pois Ele proveu
um meio de escape ou salvação da sua ira. O pecador pode arrepender-se do seu
pecado e voltar-se a Jesus Cristo por fé (5.8; Jo 3.36; 1 Ts 1.10; 5.9.
O Novo Testamento reconhece uma ira
santa que aborrece aquilo que Deus odeia; ira esta evidenciada principalmente
no próprio Jesus (Mc 3.5; Jo 2.12-17; Hb 1.9; ver Lc 19.45), em Paulo (At
17.16) e outras pessoas justas (2 Pe 2.7,8; Ap 2.6).
***
👉 DEUS, QUE É RIQUÍSSIMO EM MISERICÓRDIA
Experimentar a misericórdia de Deus significa ser preservado do
castigo a que se faz jus. Deus é o juiz supremo que detêm o poder para determinar,
em última análise, a punição a quem merece. Quando Ele nos perdoa o pecado e a
culpa, experimentamos a sua misericórdia. Quando recebemos o dom da vida,
experimentamos a sua graça. A misericórdia divina remove o castigo, ao passo
que a sua graça coloca algo positivo no lugar do negativo. Embora mereçamos o
castigo, Ele nos dá a paz e restaura-nos integralmente (Is 53.5; Tt 2.11; 3.5).
"Misericordioso e piedoso é o SENHOR; longânimo
e grande em benignidade" (SI 103.8). Posto que precisemos ser trazidos da
morte para a vida, esses aspectos de Deus são amiúde mencionados juntamente nas
Escrituras com a finalidade de demonstrar seu inter-relacionamento (Ef 2.4,5;
cf. Ne 9.17; Rm 9.16; Ef 1.6).
***
2. Vivificados por sua graça.
Descrevendo as dádivas divinamente concedidas aos
salvos, o apóstolo enfatiza que o amor de Deus nos alcançou “estando nós ainda mortos em nossas
ofensas” (2.5a). Isso significa que não éramos merecedores desse amor, mas que,
mesmo assim, Deus “nos vivificou juntamente com Cristo” (2.5b). Essa frase quer
dizer que nascemos de novo (Jo 3.3). Não estamos mais mortos, pois
Cristo nos deu vida outra vez. Fomos vivificados sem mérito algum, tudo foi
efetivado por meio da sua graça, o favor imerecido (2.8,9).
✍COMENTÁRIO:
👉 AMOR DE
DEUS.
O amor é aquele atributo de Deus pelo qual Ele se inclina a
buscar os melhores interesses de Suas criaturas e a comunicar-se a elas, a
despeito do sacrifício que nisso está envolvido; ou, como definição alternativa,
o amor de Deus é Seu desejo pelo bem estar desses seres amados e o deleite que
tem nisso.
1 Jo 3.16,17 — Nisto conhecemos o amor, em
que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora,
aquele que possuir recursos deste mundo e vir a seu irmão padecer necessidade e
fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?
Veja: 1 Jo 4.8,16; Mt 5.44,45; 1 Jo 4.7; Jo 3.16.
A Bíblia não somente diz que Deus ama os homens (Ef 2.4; 2 Ts
2.16; 2 Co 9.7), mas que Ele é amor (1 Jo 4.8,16), isto é, que o amor é a
própria substância do eterno Deus. O seu amor é como um rio que mana dele
mesmo, que é a fonte do amor. Assim a Bíblia fala do' 'Deus de amor'' (2 Co
13.11) e também do "amor de Deus" (2 Co 13.13).
***
👉 NASCEMOS
DE NOVO (JO 3.3).
(1) Jesus ensina a doutrina do novo nascimento (Jo 3.3-7).
“Jesus respondeu a
Nicodemos: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e
do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.”
NASCER DA ÁGUA significa passar por uma
profunda experiência de purificação (Ef 5.26). Nascer do Espírito significa
passar por uma profunda experiência de receber a vida divina. A alma humana
precisa ser lavada de toda impureza e vivificada pela vida celestial, antes de
estar pronta para o Céu. Deus nos salvou: 1) pela “lavagem da regeneração e 2)
da renovação do Espírito Santo” (Tt 3.5).
(2) O mistério do novo nascimento (Jo 3.3).
Nascer de novo (Gr. gennethe anothen) significa ser criado a
partir do céu (Lc 1.3). Literalmente, significa que deve haver uma
transformação vinda de Deus e uma renovação em justiça e verdadeira santidade
para ser salvo (2 Co 5.17-21; Ef 4.22-24; Cl 1.13,14, 20; 2.12-17; 3.1-16).
(3) Nascer da água e do Espírito (Jo 3.3,5).
A frase nascer da água e do Espírito é paralelo à frase nasceu
de novo no versículo 3, portanto, apenas um nascimento está à vista. Sendo
assim, tanto o nascer do versículo 3 quanto o do versículo 5 referem-se ao
“início de uma nova vida, quando o pecador se torna nova criatura (2 Co 5.17)
criada em Cristo Jesus (Ef 2.10)”.
***
3. Exaltados por sua graça.
O apóstolo dos gentios ainda destaca que o poder de
Deus “nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares
celestiais, em Cristo” (2.6). Observe que a palavra “juntamente” indica que
Deus concede ao homem os mesmos benefícios alcançados por Cristo: a
ressurreição, a vida eterna e o galardão nos céus (1 Co 15.3-8,20-25). Assim,
ao conceder tais bênçãos
aos homens, Deus mostrou as “abundantes riquezas da sua graça” (2.7). Desse
modo, ratificamos que a salvação e seus privilégios são conferidos pela
imensurável graça de Deus, o favor divino imerecido.
✍COMENTÁRIO:
👉BÊNÇÃOS
BÊNÇÃO - [Do lat. benedictionem] Todo e qualquer bem dispensado
por Deus aos que o temem (Dicionário Teológico CPAD).
NOSSAS BÊNÇÃOS ESPIRITUAIS.
O apóstolo descreve que Deus elegeu-nos para sermos santos (Ef
1.4), predestinou-nos para sermos filhos (Ef 1.5), fez-nos agradáveis para si
(Ef 1.6), remiu-nos por meio do sangue de Cristo (Ef 1.7), acolheu-nos pela sua
vontade redentora (Ef 1.8-12), revelou-nos a Palavra da verdade (Ef 1.13a),
selou-nos com o Espírito Santo da promessa (Ef 1.13b) e ainda garantiu a
validade dessa promessa (Ef 1.14). E, nesse conjunto de dádivas espirituais,
outra vez é possível notar o caráter trinitário da epístola, ou seja, todas as
bênçãos provêm de Deus, que planejou a redenção, do Filho, que a realizou, e do
Espírito Santo, que a garante. Essas bênçãos conduzem-nos a exclamar como
Paulo: "Bendito seja Deus e Pai!".
III – A SALVAÇÃO NÃO VEM DAS OBRAS
Em Efésios 2.8-10, Paulo revela que a salvação não
depende de obras humanas, “porque pela graça sois salvos, por meio da fé”
(2.8a). Porém, uma vez salvo, o crente deve praticar as boas obras.
1. Graça como meio de salvação.
A “salvação” inclui a libertação da morte, da
escravidão do pecado e da ira vindoura; ao mesmo tempo permite ao salvo desfrutar
de todas as bênçãos espirituais descritas em Efésios 2.1-7. Portanto, a
salvação é o livramento do poder da maldição do pecado e da morte; e a
restituição do homem à comunhão com Deus, uma bênção concedida a todos que
recebem Cristo como Salvador (Hb 2.15; 2 Co 5.19).
A palavra “graça” é a tradução do grego charis, que
significa “favor imerecido” (Rm 3.24). Ela mostra que a iniciativa para tornar
possível a salvação veio da parte Deus. É por meio da graça que Deus ativa o livre-arbítrio e capacita
o pecador para que responda com fé ao chamado do Evangelho (Rm 11.6). Todavia,
ainda assim o ser humano é livre para escolher entre dois caminhos (salvação e
perdição); sua liberdade não foi eliminada e a graça pode ser resistida (Jo
7.17).
A “fé” deve ser considerada como a aceitação da obra realizada por
Cristo em nosso favor. Ela é a resposta à graça de Deus através da qual
recebemos a salvação.
✍COMENTÁRIO:
👉LIVRE-ARBÍTRIO
Deus dotou Adão do livre-arbítrio, com o qual ele era capaz
tanto de obedecer quanto de desobedecer ao Criador (Gn 2.16,17). O que é
"livre-arbítrio"? É a faculdade mediante a qual o homem é dotado de
poder para agir sem coações externas, e de acordo com sua própria vontade ou
escolha.
Uma vez que o homem fora criado
livre, com capacidade de fazer suas próprias escolhas, como conciliar esse
direito com a vontade divina?
Para responder a esta pergunta, precisamos entender a vontade de
Deus sob dois aspectos: ela é permissiva e diretiva.
(1) VONTADE PERMISSIVA E LIVRE ARBÍTRIO.
Deus fez o homem à sua imagem e semelhança. O que faz dele um
ser moralmente semelhante ao Criador, é justamente a capacidade de fazer suas
próprias escolhas; inclusive, aquelas que não estão de acordo com a vontade
divina. Isto é o que se entende por vontade permissiva. O Eterno tem poder para
impedir que o homem faça o mal ou bem, entretanto, lhe dá o direito de escolha
(Gn 2.15-17; 3; 4.7; Dt 30.15-20; Gl 6.7-10). Na vontade permissiva, a
soberania e a onipotência de Deus não violam o livre-arbítrio humano. No âmbito
da salvação, Deus sabe perfeitamente quem o rejeitará, embora jamais interfira
nesta decisão. A vontade de Deus é que todos os homens "se é salvem e
venham ao conhecimento da verdade" (1 Tm 2.11). Todavia, como está patente
em Is 1.19,20; Dt 30.19; Js 24.15; 1 Tm 1.19; 1 Co 10.12, o homem pode rejeitar
a salvação.
(2) VONTADE DIRETIVA E PREDESTINAÇÃO.
A vontade diretiva de Deus opera em conformidade com sua
sabedoria e soberania. Ele rege o curso da história, e controla o universo de acordo
com seus eternos propósitos (Sl 33.11; At 2.23; Ef 1.4-9). Tudo o que planejou
certamente será executado: "Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e
ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem
impedirá?" (Is 43.13). Ler Is 14.26,27.
Absolutamente nada escapa à vontade diretiva
de Deus.
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👉GRAÇA.
Ef 2.8-10 - Os cristãos foram salvos pela graça. A graça de Deus
é a fonte de salvação; a fé é o meio para obtê-la, não a causa. "Graça não
é tratar a pessoa como merece, nem tratá-la melhor do que merece",
escreveu L. S. Chafer. "E tratá-la graciosamente sem a mínima referência
aos seus méritos. Graça é amor infinito expressando-se em bondade
infinita."
Usa-se, às vezes, a palavra "graça", no sentido
íntimo, para indicar a operação da influência divina (Ef 4.7) e seus efeitos
(Atos 4.33; 11.23; Tiago 4.6; 2 Co 12.9). As operações desse aspecto da graça
têm sido classificadas da seguinte maneira:
GRAÇA PROVENIENTE (literalmente, "que
vem antes") é a influência divina que precede a conversão da pessoa,
influências que produzem o desejo de voltar para Deus. É o efeito do favor
divino em atrair os homens (João 6.44) e convencer os desobedientes. (Atos 7.5).
Essa graça, às vezes, é denominada eficiente,
tornando-se eficaz em produzir a conversão, quando não encontra resistência (João
5.40; Atos 7.51; 13.46).
A GRAÇA EFETIVA capacita os homens a
viverem justamente, a resistirem à tentação, e a cumprirem o seu dever. Por
isso pedimos graça ao Senhor para cumprir uma determinada tarefa.
A GRAÇA HABITUAL é o efeito da morada do
Espírito Santo que resulta em uma vida plena do fruto do Espírito (Gl 5.22,23).
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👉 “FÉ”
A fé em Jesus Cristo é a única condição prévia que Deus requer
do homem para a salvação. No Novo Testamento, o verbo pisteuõ ("creio,
confio") e o substantivo pistis ("fé") ocorrem cerca de
480 vezes.
O conceito de fé no Novo Testamento
abrange quatro elementos principais:
(1) FÉ SIGNIFICA crer e confiar firmemente no Cristo crucificado e ressurreto
como nosso Senhor e Salvador pessoal (Rm 1.17). Importa em crer de todo coração
(At 8.37; Rm 6.17; Ef 6.6; Hb 10.22), ou seja: entregar a nossa vontade e a
totalidade do nosso ser a Jesus Cristo tal como Ele é revelado no Novo
Testamento.
(2) FÉ INCLUI arrependimento, ou sejam, desviar-se
do pecado com verdadeira tristeza (At 17.30; 2Co 7.10) e voltar-se para Deus
através de Cristo. Fé salvífica é sempre fé mais arrependimento (At 2.37,38; Mt
3.2).
c) A fé inclui obediência a Jesus Cristo e à sua Palavra, como maneira de viver inspirada por nossa fé, por nossa gratidão a Deus e pela obra regeneradora do Espírito Santo em nós (Jo 3.3-6;14.15, 21-24; Hb 5.8,9). É a “obediência que provém da fé” (Rm 1.5). Logo, fé e obediência são inseparáveis (Rm 16.26). A fé salvífica sem uma busca dedicada da santificação é ilegítima e impossível.
d) A fé inclui sincera dedicação pessoal e fidelidade a Jesus Cristo, que se expressam na confiança, amor, gratidão e lealdade para com Ele. A fé, no seu sentido mais elevado, não se diferencia muito do amor. É uma atividade pessoal de sacrifício e de abnegação para com Cristo (Mt 22.37; Jo 21.15-17; At 8.37; Rm 6.17; Gl 2.20; Ef 6.6; 1Pe 1.8).
c) A fé inclui obediência a Jesus Cristo e à sua Palavra, como maneira de viver inspirada por nossa fé, por nossa gratidão a Deus e pela obra regeneradora do Espírito Santo em nós (Jo 3.3-6;14.15, 21-24; Hb 5.8,9). É a “obediência que provém da fé” (Rm 1.5). Logo, fé e obediência são inseparáveis (Rm 16.26). A fé salvífica sem uma busca dedicada da santificação é ilegítima e impossível.
d) A fé inclui sincera dedicação pessoal e fidelidade a Jesus Cristo, que se expressam na confiança, amor, gratidão e lealdade para com Ele. A fé, no seu sentido mais elevado, não se diferencia muito do amor. É uma atividade pessoal de sacrifício e de abnegação para com Cristo (Mt 22.37; Jo 21.15-17; At 8.37; Rm 6.17; Gl 2.20; Ef 6.6; 1Pe 1.8).
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2. Obras como evidência de salvação.
Aqui Paulo usa duas negações para endossar a origem
da salvação: a primeira expressão “isso não vem de vós” (2.8b) trata da
salvação pela graça que provém de Deus; a segunda ratifica que a salvação “não
vem das obras”, o que indica não se tratar de recompensa de algum ato humano.
Essas afirmações excluem a possibilidade de alguém ser salvo por esforço
pessoal.
Como a salvação é uma realização divina, agora
“somos feitura sua, criados em Cristo para as boas obras” (2.10). Uma
transformação ocorreu: Agora em Cristo somos uma nova criatura e as coisas
velhas passaram (2 Co 5.17). Por isso, se antes o apóstolo usou a metáfora do
andar numa perspectiva negativa – “outrora andávamos fazendo obras más” (2.2-3)
– agora, por meio de uma perspectiva positiva, somos instados a “andar fazendo boas obras”, não como
meio para ser salvo, mas como a evidência da salvação (Ef 2.10c).
✍COMENTÁRIO:
👉 BOAS
OBRAS
Vejamos a importância das boas obras
para os crentes salvos em Jesus Cristo.
Mateus 5.16: Assim resplandeça a vossa luz
diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso
Pai, que está nos céus.
Atos 9.36: E havia em Jope uma discípula chamada
Tabita, que traduzido se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas
que fazia.
Romanos 13.3: Porque os magistrados não são
terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a
potestade? Faze o bem, e terás louvor dela.
Efésios 2.10: Porque somos feitura sua,
criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que
andássemos nelas.
I Timóteo 6.18: Que façam bem, enriqueçam em
boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis;
Tito 2.14: O qual se deu a si mesmo por nós para nos
remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de
boas obras.
Tito 3.14: E os nossos aprendam também a aplicar-se às
boas obras, nas coisas necessárias, para que não sejam infrutuosos.
CONCLUSÃO
Antes da regeneração éramos “filhos da ira” e
condenados à perdição eterna. Por ato do amor divino, por meio de sua
maravilhosa graça, nos tornamos “filhos por adoção”. Essa gloriosa salvação nos
foi concedida independente de nossas obras. A partir da salvação passamos a
praticar boas obras que glorificam a Deus nosso Pai (Mt 5.16).
“LIÇÃO COMENTADA”
Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2020 - CPAD |
Classe: Adultos
Por Ev. Jair Alves | Blog: www.evjair.blogspot.com