Despertando o Dom de Deus

Versículo-chave: II Timóteo 1:6 (ARC):

"Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos."


Introdução

A exegese de II Timóteo 1:6 destaca a importância de despertar o dom de Deus que reside em cada crente.

Neste versículo, Paulo instrui Timóteo a reavivar o dom que ele recebeu pela imposição das mãos.

Abaixo, detalhamos os principais pontos:

1. ignificado etimológico de "dom"

O termo "dom" na passagem refere-se a uma dádiva ou capacidade especial concedida por Deus.


 Referência Bíblica:

1 Coríntios 12:4-11 - Aqui, Paulo fala sobre diversos dons espirituais concedidos pelo Espírito Santo aos crentes.


2. O tipo de dom que Timóteo havia recebido

O texto não especifica o tipo de dom que Timóteo havia recebido, mas, como ele era um pastor e discípulo de Paulo, esse "dom" provavelmente está relacionado a dons espirituais ou ministeriais.


Referência Bíblica:

2 Timóteo 4:5 - Timóteo é exortado a cumprir o seu ministério, o que sugere que ele tinha um papel específico na liderança da igreja.


3. Despertar o dom de Deus em Timóteo

O versículo menciona que o dom de Deus em Timóteo deve ser "despertado". Isso implica que ele já possuía esse dom, mas precisava ativá-lo plenamente.


 Referência Bíblica:

1 Timóteo 4:14 - Aqui, Paulo fala sobre a imposição de mãos como um meio de conceder dons espirituais a Timóteo.

4. O que significa "despertar" em II Timóteo 1:6

"Despertar" neste contexto refere-se a reviver, reativar ou fortalecer o dom que Timóteo já possuía, a fim de usá-lo eficazmente em seu ministério e serviço a Deus e à igreja.


 Referência Bíblica:

Romanos 12:6 - Paulo fala sobre dons diferentes dados a diferentes membros do corpo de Cristo, enfatizando a necessidade de usar esses dons.


5.  Os acontecimentos na vida de Timóteo desde II Timóteo 1:6 até o capítulo 4 de II Timóteo:

1. II Timóteo 1:6: Paulo encoraja Timóteo a "despertar o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos." Isso sugere que Timóteo já possuía um dom espiritual que precisava ser ativado.


2. II Timóteo 2:1-2: Paulo instrui Timóteo a ser um bom soldado de Cristo, a compartilhar o evangelho e a treinar outros para fazer o mesmo. Isso reflete a responsabilidade de Timóteo em seu ministério.


3. II Timóteo 2:15: Paulo exorta Timóteo a "procurar apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade". Isso enfatiza a importância de Timóteo usar seu dom para ensinar com precisão.


4. II Timóteo 2:24-25: Paulo destaca a necessidade de ser gentil ao ensinar, paciente e capacitado por Deus para instruir os que se opõem. Isso demonstra a abordagem de Timóteo no ministério.


5. II Timóteo 3:14-17: Paulo recorda a Timóteo a importância das Escrituras e como elas são úteis para o ensino, repreensão, correção e instrução na justiça. Isso destaca a fidelidade de Timóteo à Palavra de Deus.


6. II Timóteo 4:1-5: Paulo faz um apelo solene a Timóteo para pregar a Palavra, estar preparado em tempo e fora de tempo, repreender, exortar e instruir com paciência. Ele enfatiza a responsabilidade contínua de Timóteo no ministério.


7. II Timóteo 4:6-8: Paulo compartilha sua própria expectativa da recompensa celestial, destacando que ele completou sua corrida. Isso pode servir de inspiração para Timóteo continuar seu ministério com dedicação.


Essa cronologia destaca o encorajamento de Paulo a Timóteo em relação ao despertar e uso de seus dons espirituais, bem como a responsabilidade contínua de Timóteo em ministrar, ensinar e pregar a Palavra de Deus.

6. Despertando os Dons de Deus: 5 Passos para um Ministério Efetivo

Despertar os dons de Deus e usá-los para o serviço na igreja e na sociedade é uma busca fundamental para muitos crentes, especialmente aqueles que compartilham da perspectiva pentecostal, que valoriza os dons espirituais e ministeriais como um presente divino.

A Bíblia é rica em ensinamentos sobre como desenvolver e empregar esses dons para o bem do corpo de Cristo.

Como exegeta pentecostal, acredito nos dons espirituais e ministeriais e posso sugerir cinco passos para despertar o dom de Deus, com referências bíblicas e aplicações práticas:


1. Busca pela Intimidade com Deus (Passo da Comunhão):

Referência: Tiago 4:8 - "Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós."

Aplicação Prática: Dedique tempo diariamente à oração, leitura da Bíblia e adoração para aprofundar sua comunhão com Deus. É na presença Dele que os dons espirituais são despertados.


2. Descoberta e Identificação do Dom (Passo da Discernimento):

Referência: 1 Coríntios 12:7 - "A manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil."

Aplicação Prática: Busque discernimento através da oração e da orientação espiritual para identificar o dom ou dons que Deus lhe concedeu. Conhecer seu dom é essencial para usá-lo eficazmente.


3. Treinamento e Preparação (Passo da Capacitação):

Referência: 2 Timóteo 2:15 - "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar."

Aplicação Prática: Investigue oportunidades de treinamento, estudos bíblicos, mentoria e cursos que o capacitem a usar seu dom de maneira eficaz. Esteja disposto a aprender e crescer.


4. Ativação através do Serviço (Passo da Ação):

Referência: 1 Pedro 4:10 - "Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus."

Aplicação Prática: Comece a servir na igreja e na comunidade, aplicando seu dom para abençoar os outros. A ação é essencial para desenvolver e fortalecer seu dom.


5. Crescimento Contínuo e Discernimento (Passo da Maturidade):

Referência: Hebreus 5:14 - "Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal."

Aplicação Prática: Busque continuamente o crescimento espiritual, aprimore seu dom e cultive a capacidade de discernir como usá-lo de maneira alinhada com a vontade de Deus.

Esses passos, fundamentados em referências bíblicas, podem ajudar a despertar e fortalecer os dons espirituais e ministeriais, capacitando os crentes a servirem com eficácia na igreja e na sociedade.


Lembre-se de que cada passo deve ser acompanhado de oração constante e submissão à liderança do Espírito Santo.


Conclusão

2 Timóteo 1:6, destaca a importância da responsabilidade do crente em cultivar e usar os dons que Deus lhes concedeu para o serviço no reino de Deus.


💡 Por EV. Jair Alves

Lição 5 - A missão da igreja de Cristo

Lições Bíblicas Adultos 1° trimestre 2024 CPAD REVISTA: O CORPO DE CRISTO - Origem, Natureza e Missão da Igreja no Mundo

Lições Bíblicas Adultos 1° trimestre 2024 CPAD

REVISTA: O CORPO DE CRISTO - Origem, Natureza e Missão da Igreja no Mundo

Comentarista: Pr. José Gonçalves

Data da aula: 4 de Fevereiro de 2024

TEXTO ÁUREO

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” (At 2.42)

VERDADE PRÁTICA

Como o sal fora do saleiro cumpre a sua função de salgar, assim a Igreja quando adora e discípula, testemunha das insondáveis riquezas de Cristo.


LEITURA DIÁRIA

Segunda - 1 Co 1.21

A Igreja e a proclamação das Boas-Novas

Terça - Mt 28.19

A Igreja e o Discipulado

Quarta - Rm 12.1

A Igreja e a verdadeira adoração ao Deus Trino

Quinta - 1 Ts 5.11

A Igreja como uma comunidade edificadora

Sexta - 1 Jo 1.7

A Igreja vivendo o amor fraternal

Sábado - Rm 12.13

A Igreja como uma comunidade solidária


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Marcos 16.14-20; Atos 2.42-47

Marcos 16

14   - Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado.

15   - E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.

16   - Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.

17-E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas;

18   - pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.

19   - Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus.

20   -E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles 0 Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!


Atos 2

42   - E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.

43   - Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.

44 - Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.

45   - Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.

46   - E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,

47   - louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor ã igreja aqueles que se haviam de salvar.


Hinos Sugeridos: 16, 127, 224 da Harpa Cristã

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO

Nesta lição, temos o propósito de aprofundar o estudo acerca da missão deixada por Cristo à sua Igreja. Para tal, vamos refletir nas últimas palavras de Jesus aos seus discípulos, antes da ascensão aos Céus; nas marcas de uma comunidade de fé legítima e solidamente edificada: a genuína adoração, como maneira constante de viver e servir a Deus e ao próximo. O Mestre dos mestres disse, e ensinou com o próprio exemplo, que os seus discípulos seriam conhecidos pelo amor, manifesto em ações (Jo 13.35). Apenas dessa forma, a Igreja cumpre inteiramente o seu papel de ser sal e luz num mundo imerso em vazio e escuridão (Mt 5.13,14).

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição:

I) Refletir sobre a principal missão da Igreja de Cristo na Terra;

II) Aprofundar o entendimento sobre a adoração a Deus e a edificação mútua, como atos contínuos;

III) Pensar a comunhão fraternal e a atuação social como marca de uma igreja cristã genuína.


B) Motivação: Através dos séculos, a história da Igreja cristã foi marcada por extraordinários testemunhos de fé, superações e vitórias na proclamação do Reino de Deus aos perdidos. Entretanto, no Antigo Testamento, vemos um rastro de fracassos e falhas trágicas de uma nação que se desviava dos propósitos do Altíssimo. Assim, como Asafe, no Salmo 78, conclama o povo escolhido a uma autoanálise, a fim de manter-se fiel ao Senhor e não mais desviar-se de seus santos propósitos, que esta lição seja um convite do Espírito Santo a fazermos o mesmo, enquanto Igreja de Cristo.


C) Sugestão de Método: Para esta lição em especial, propomos como método pedagógico uma experiência para além da teoria. Portanto, sugerimos que nesta aula haja um breve, mas impactante testemunho de alguém que tenha sido evangelizado (e quem sabe até discipulado na igreja local), contando sobre a importância de um discípulo de Cristo ter obedecido à “Grande Comissão”, culminando na salvação de sua vida terrena e eterna. Quem sabe, com a autorização de sua liderança, a classe possa se unir para promover uma saída de evangelismo, com ação social e distribuição de cestas básicas em alguma comunidade carente próxima a igreja.


3.    CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: Enquanto Igreja, representamos Cristo na Terra, somos peregrinos com uma missão. Avancemos nela, dia a dia, perseverando na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão, e nas orações, até que 0 Evangelho do Reino seja pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então venha o fim (Cf. Mt 24.14).


4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A)    Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 96, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B)    Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:

1) O texto “A Grande Missão da Igreja de Cristo”, localizado depois do primeiro tópico, aprofunda a reflexão a respeito da solene obrigação de todo discípulo cristão de anunciar 0 Evangelho em palavras e ações.

2) O texto “O papel social da Igreja”, ao final do terceiro tópico, enfatiza que a Grande Comissão não invalida o mandamento de amar ao próximo, integralmente, isto é, alma, corpo e espírito, portanto, lhe fazendo o bem não só para a eternidade, mas também aqui e agora.


PALAVRA-CHAVE: Grande Comissão

INTRODUÇÃO

Nesta lição, vamos estudar a missão da Igreja de Cristo.  Veremos que a Igreja é chamada para proclamar a poderosa mensagem da cruz. Assim, ela cumpre a sua vocação de eleita quando participa da Grande Comissão deixada pelo seu fundador, Jesus Cristo (Mt 28.19). Como consequência dessa realidade, veremos que a igreja é uma comunidade adoradora de comunhão e, finalmente, é uma comunidade que exerce um grande papel no presente século. Portanto, a Igreja de Cristo exerce uma grande missão neste mundo.

I - PREGAÇÃO E INSTRUÇÃO

1. Proclamando as Boas-Novas.

A Igreja foi fundada por Cristo (Mt 16.18) como uma instituição para abençoar o mundo. Essa missão é exercida por meio da pregação do Evangelho: “Aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação (1 Co 1.21). Após ressuscitado, o Senhor Jesus comissionou os discípulos a pregarem o Evangelho (Mc 16.14-20). Referindo-se a essa missão, Marcos usa o verbo grego Keryssó, traduzido como “pregar”, “proclamar”. O sentido é de um arauto que proclama algo. Esse verbo ocorre 61 vezes no Novo Testamento. É o termo usado para mostrar João, o batista, “pregando no deserto da Judeia” (Mt 3.1); e Jesus Cristo quando começou a pregar (Mt 4.17).


2.    O objeto da pregação.

Outro termo usado com muita frequência no Novo Testamento para se referir à Grande Comissão da Igreja é euangelizô. Esse verbo ocorre 54 vezes no Novo Testamento e o seu sentido é o de trazer as Boas-Novas, pregar as Boas-Novas. Nesse aspecto, o objeto das Boas-Novas não se refere a alguma coisa, mas a alguém, a uma pessoa. Nesse sentido, os cristãos primitivos “não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo” (At 5.42). Pregar a Jesus Cristo não é pregar uma “coisa” ou uma mensagem subjetiva, mas proclamar ao mundo caído que Ele está vivo e pronto para salvar. Pregar a mensagem da cruz é anunciar o Evangelho do Reino de Deus revelado em Cristo (At 8.12).


3. Discipulando os convertidos.

“Pregar” e “proclamar” é levar a Palavra de Deus aos que estão do lado de fora da Igreja, enquanto que discipular” é instruir os que estão do lado de dentro. O verbo “discipular”, do grego matheteuo, ocorre somente quatro vezes no Novo Testamento, enquanto o substantivo “discípulo” (gr. mathetés) ocorre 261 vezes. O sentido é o de alguém instruído ou treinado em alguma coisa. É o termo usado em Mateus 28.19 para designar a Grande Comissão: “Ide, ensinai todas as nações”. Na verdade, Jesus estava dizendo: “Ide e discipulai”. A Igreja não é formada apenas por “crentes”, a Igreja é formada por discípulos. Alguém pode estar na igreja local sem, contudo, ser um discípulo. Este é alguém que é capaz de reproduzir e passar para outrem o que aprendeu e vive por meio de Cristo Jesus.


SINOPSE I

A Igreja fundada por Cristo tem o propósito de abençoar o mundo, por meio da pregação do Evangelho e do discipulado, em palavras e ações.


AUXILIO MISSIOLÓGICO

A GRANDE MISSÃO DA IGREJA DE CRISTO

A igreja cristã tem a solene obrigação de fazer o seguinte:

1.    Apresentar a Cristo de forma viva, clara, eficaz e persuasiva ao mundo e ao indivíduo como o Salvador enviado por Deus, o Senhor soberano do Universo e futuro Juiz da humanidade.


2. Guiar os povos a uma relação de fé com Jesus Cristo a fim de que possam experimentar perdão dos pecados e renovação de vida. O homem deve nascer novamente, se quiser herdar vida eterna e amizade eterna com Deus.

3. Separar e congregar os crentes através da realização do batismo, estabelecendo-os em igrejas atuantes. O companheirismo constitui uma parte vital da vida cristã.

4. Firmar os cristãos na doutrina, nos princípios e nas práticas da vida, amizade e serviço cristão, ensinando-os a observar todas as coisas. Isso é instrução, a criação de discípulos cristãos, a cristianização do indivíduo.

5. Treiná-los a viver no Espírito Santo. Já que a vida cristã contém exigências e ideais sobrenaturais, ela só pode ser vivida através de uma confiança plena no Espírito Santo. Se as lições não forem aprendidas cedo, a vida cristã fica cercada de frustração e torpor; a apatia instala-se, ou as pessoas acomodam-se a uma vida cristã anormal. Essa é a tragédia de inumeráveis cristãos que nem mesmo esperam concretizar os ideais bíblicos” (PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.260).

II - ADORAÇÃO E EDIFICAÇÃO

1. Uma comunidade adoradora.

No contexto bíblico, a adoração significa dar a glória que é devida somente a Deus. É tirar a atenção de nós mesmos para centrarmos unicamente no Senhor (Mt 4.10). A adoração tem a ver com o nosso serviço a Deus. Não é algo que se faz apenas no momento do culto público ou privativamente. Tem a ver com nossa maneira de ser, agir e viver. É viver a vida para Deus! Esse é o sentido do termo grego latreia, traduzido como “adorar”. o apóstolo Paulo roga à igreja que apresente a Deus o seu corpo em “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1). A palavra “culto” nesse texto traduz o termo grego latreia. O sentido é o de um serviço prestado a Deus de forma consciente e integral. É viver totalmente para o Senhor.


2. Uma comunidade edificadora.

A igreja é uma comunidade proclamadora, adoradora e edificadora. A palavra grega oikodomé, traduzida como “edificar”, é usada no seu sentido literal de construir um edifício e, metaforicamente, no sentido de crescimento espiritual. No primeiro sentido é usada por Jesus em referência à casa edificada sobre a rocha (Mt 7.24) e, no segundo sentido, em Efésios 4.12. Nessa última referência, o apóstolo Paulo diz que Deus pôs na Igreja os apóstolos, os profetas, os evangelistas, os pastores e mestres para a “edificação do corpo de Cristo”. Este, por exemplo, é o objetivo dos dons espirituais: trazer edificação à igreja (1 Co 14.3). Assim, quem fala em línguas em público, sem interpretação, edifica-se a si mesmo (1 Co 14.4); contudo, não edifica a igreja, que não entendeu o que foi dito (1 Co 14.5). Dessa forma, o apóstolo Paulo exorta os crentes a buscarem a edificar “uns aos outros” (1 Ts 5.11).


SINOPSE II

A genuína adoração e edificação mútua é fruto de uma vida de devoção e serviço a Deus em contínuo crescimento.


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III - COMUNHÃO E SOCIALIZAÇÃO

1. A fé na esfera fraternal.

Um dos pilares da Igreja Primitiva estava na comunhão (At 2.42). A palavra grega koinonia, traduzida aqui como “comunhão”, ocorre 19 vezes no Novo Testamento e o seu sentido é literalmente de “parceria”, “participação” e "comunhão espiritual”. Se somos cristãos e andamos na luz do Evangelho, devemos viver em comunhão (1 Jo 1.7). Onde não há comunhão entre os crentes, também não há igreja solidamente edificada. Não há, portanto, Igreja onde seus membros vivem isolados e não mantêm comunhão uns com os outros.


2. Unidade e Fraternidade.

A igreja do Novo Testamento se expressa por meio da unidade e fraternidade entre seus membros (1 Jo 1.3). Jesus orou pela união fraterna de seus discípulos (Jo 17.21). Um dos grandes males da igreja hodierna está justamente na quebra da comunhão cristã, o que tem provocado grande fragmentação no Corpo de Cristo. Devemos, portanto, nos esforçar por manter a comunhão cristã em nossas igrejas locais (Hb 13.16).


3. A fé na esfera social.

A fé cristã também precisa ser expressa na esfera pública. Ela tem o seu lado social. Se por um lado o substantivo grego koinonia significa “comunhão”, por outro lado, o verbo grego koinoneo possui também o sentido de “ajuda contributiva e partilha”. É usado por Paulo com esse sentido em Romanos 12.13. O sentido nesse texto é o de socorrer os mais pobres em suas necessidades. O apóstolo Paulo elogiou os Filipenses por serem conscientes da dimensão social do Evangelho (Fp 4.15). Não se trata apenas de matar a fome dos pobres deixando-os vazios de Deus. É o exercício da fé cristã na sua integralidade.


A igreja, portanto, não pode exercer sua fé da maneira bíblica esquecendo dos mais carentes ou mais pobres. Jesus ressaltou esse fato (Mt 25.35,36). Que modelo de igreja somos quando poucos têm muito e muitos têm tão pouco? O apóstolo exorta a igreja para atentar para esse fato (Tg 2.15,16).


SINOPSE III

O amor manifesto em ações é evidenciado na comunhão entre os irmãos e contribuição social da Igreja como expressão de fé na esfera pública.


AUXÍLIO TEOLÓGICO

O PAPEL SOCIAL DA IGREJA

O nosso próximo é uma pessoa, um ser humano, criado por Deus. E Deus não o criou como uma alma sem corpo (para que pudéssemos amar somente sua alma), nem como um corpo sem alma (para que pudéssemos preocupar-nos exclusivamente com seu bem-estar físico), nem tampouco com um corpo-alma em isolamento (para que pudéssemos preocupar-nos com ele somente como um indivíduo, sem nos preocupar com a sociedade em que ele vive).


Não! Deus fez o homem um ser espiritual, físico e social Como ser humano, o nosso próximo pode ser definido como, um corpo-alma em sociedade’. Portanto, a obrigação de amar o nosso próximo nunca pode ser reduzida para somente uma parte dele. Se amarmos o nosso próximo como Deus o amou (o que é mandamento para nós), então, inevitavelmente, estaremos preocupados com o seu bem-estar total, o bem--estar do seu corpo, da sua alma e da sua sociedade. É verdade que o Senhor Jesus ressurreto deixou a Grande Comissão para a sua Igreja: pregar, evangelizar e fazer discípulo. E esta comissão é ainda a obrigação da Igreja. Mas a comissão não invalida o mandamento, como se ‘amarás o teu próximo’ tivesse sido substituído por, pregarás o Evangelho’ Nem tampouco reinterpreta amor ao próximo em termos exclusivamente evangelísticos” (STOTT. John R. W. Cristianismo Equilibrado. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD. 1995- pp.60,61).


CONCLUSÃO

Vimos que a Igreja de Cristo tem uma grande missão aqui na Terra. Ela foi chamada para ser sal e luz. Como sal ela salgará o mundo com a mensagem da cruz em uma sociedade que está corrompida pelo engano do pecado. Como luz, ela resplandecerá nas densas trevas que cobrem o mundo sem Deus. Ao mostrar Jesus Cristo ao mundo perdido, produzir discípulos e transformá-los em adoradores, a Igreja cumpre com a missão para a qual foi chamada.

REVISANDO O CONTEÚDO

1. Como é exercida a missão da Igreja?

Por meio da pregação do Evangelho: “Aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação (1 Co 1.21).


2. Qual é o sentido do substantivo “discípulo”?

O sentido é o de alguém instruído ou treinado em alguma coisa.


3. O que é a adoração?

No contexto bíblico, a adoração significa dar a glória que é devida somente a Deus. É tirar a atenção de nós mesmos para centrarmos unicamente no Senhor (Mt 4.10).


4. Qual é o sentido da palavra “comunhão”?

O seu sentido é literalmente de parceria, participação e comunhão espiritual.


5. O que a igreja não pode esquecer para exercer a sua fé de maneira bíblica?

Para exercer sua fé da maneira bíblica, a igreja não pode esquecer dos mais carentes.

Lições Bíblicas Adultos 1° trimestre 2024 CPAD

REVISTAO CORPO DE CRISTO Origem, Natureza e Missão da Igreja no Mundo

Comentarista: Pr. José Gonçalves

Temas das Lições - Clique e leia

Lição 1- A origem da igreja

Lição 2 - Imagens bíblicas da igreja

Lição 3 - A natureza da igreja

Lição 4 - A igreja e o reino de Deus

Lição 5 - A missão da igreja de Cristo

Lição 6 - Igreja: organismo ou organização?

Lição 7 - O ministério da igreja

Lição 8 - A primeira ordenança da igreja: o batismo

Lição 9 - A segunda ordenança da igreja: a ceia do Senhor

Lição 10 - O poder de Deus na missão da igreja

Lição 11 - O culto da igreja cristã

Lição 12 - O papel da pregação no culto

Lição 13 - Sendo o templo do Espírito

Lição 4 - A igreja e o reino de Deus

Lições Bíblicas Adultos 1° trimestre 2024 CPAD REVISTA: O CORPO DE CRISTO - Origem, Natureza e Missão da Igreja no Mundo

Lições Bíblicas Adultos 1° trimestre 2024 CPAD

REVISTA: O CORPO DE CRISTO - Origem, Natureza e Missão da Igreja no Mundo

Comentarista: Pr. José Gonçalves

Data da Aula: 28 de Janeiro de 2024

TEXTO ÁUREO

“[...] O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho.” (Mc 1.15)

VERDADE PRÁTICA

Pregar a mensagem do Reino de Deus é uma importante missão da Igreja.


LEITURA DIÁRIA

Segunda - Sl 47.7

A universalidade do Reino de Deus

Terça - Is 43.15

O Reino de Deus é de natureza teocrática

Quarta - Rm 14.17

O Reino de Deus como realidade presente 

Quinta - 1 Co 6.9,10

O Reino de Deus como realidade futura

Sexta - Ef 1.10

A Igreja como manifestação do Reino de Deus

Sábado - At 19.8

A pregação do Reino como missão da Igreja


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Marcos 1.14-17

14 - E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do Reino de Deus

15 - e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho.

16 - E, andando junto ao mar da Galileia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.

17 -E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens.


Hinos Sugeridos: 38, 410, 547 da Harpa Cristã


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PLANO DE AULA


1. INTRODUÇÃO

Professor(a), a lição desta semana tem como finalidade apresentar a natureza universal do Reino de Deus e a Igreja como parte integrante e representativa desse Reino no mundo. Nesse sentido, a Igreja faz parte da realidade presente do Reino de Deus e, por conseguinte, fará parte também da realidade vindoura.


2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A)    Objetivos da Lição:

I) Relacionar a natureza do Reino de Deus com a nação de Israel, bem como o seu propósito com a existência da Igreja;

II) Apontar as dimensões do Reino de Deus nas realidades presente e futura;

III) Destacar a Igreja como projeto de Deus e expressão de seu Reino na plenitude dos tempos.


B)    Motivação: Nosso Senhor afirmou que o Reino de Deus não tem aparência visível como se estivesse localizado em uma posição geográfica. Antes, o Reino de Deus, disse Jesus, está entre vocês (Lc 17.20, 21). Isso significa que a natureza do Reino é espiritual. Ele se manifesta por meio da justiça, paz e alegria do Espírito. A maior vitória do Reino de Deus é sobre 0 pecado, a morte e Satanás.


C) Sugestão de Método: Nesta lição, a classe aprenderá que há uma distinção entre Igreja e Reino de Deus. Ambos possuem características específicas que estão presentes nas Escrituras Sagradas. Para estimular a participação dos alunos, elabore na lousa duas colunas. Em cada uma delas, com a ajuda da classe, relacione as características específicas da Igreja e do Reino de Deus respectivamente. Ao final, ressalte que, nesta lição, vamos estudar com maiores detalhes que 0 Reino de Deus é mais abrangente. A Igreja, porém, está inserida no Reino de Deus.


3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: A Igreja tem a responsabilidade de transmitir a mensagem do Reino de Deus ao mundo. Essa missão só pode ser alcançada a partir do testemunho vivo dos crentes, que coadune os ensinamentos da Palavra de Deus com um estilo de vida que expresse a prática de boas obras.


4.    SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 96, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B)    Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:

1) O texto “O Reino e a Vinda do Filho do Homem”, localizado depois do primeiro tópico, destaca a qualidade invisível do Reino de Deus, porém, presente no que Jesus dizia e fazia;

2) O texto “Jesus Voltará”, ao final do terceiro tópico, destaca a importância do serviço cristão em prol do Reino de Deus enquanto nosso Senhor não retorna para buscar a sua Igreja.


PALAVRA CHAVE: Reino

INTRODUÇÃO

A Bíblia apresenta Deus como um rei (Sl 47.6; 52.7) que exerce o seu governo e domina sobre tudo o que há (Sl 22.28). Sobre o seu reino, governa soberanamente. Nesta lição, apresentaremos uma compreensão do Reino de Deus a partir de sua natureza e da sua relação com a Igreja. Nesse aspecto, mostraremos o reino divino na sua dimensão universal e soberana, bem como sua realidade presente e futura. A Igreja é vista como parte desse reino e, por isso, Deus a estabeleceu para viver, pregar e manifestar a vida do reino divino.

I - A NATUREZA DO REINO DE DEUS

1. O Reino de Deus é universal.

O salmista diz que “Deus é o Rei de toda a terra” (Sl 47.7) e, da mesma forma, Daniel afirma que Deus domina sobre o reino dos homens (Dn 4.25). Assim, as Escrituras revelam um importante aspecto da natureza do Reino de Deus: a sua universalidade. Deus é o Rei universal e, como tal, tem domínio absoluto sobre sua criação, sobre reinos e governos humanos, bem como ' sobre todas as hostes angelicais (Dn 4.35). Isso significa que nada nem ninguém está fora do seu domínio (Dn 2.21).


2. A soberania divina e os acontecimentos do mundo.

Observamos que, embora o mundo siga o seu curso, Deus não perdeu nem deixou de exercer domínio sobre ele, tampouco sobre o universo criado. Um Deus que não tivesse o controle de tudo não seria Deus. Isso não significa dizer que Ele seja a causa de tudo o que acontece no mundo. Significa que, embora os homens e, até mesmo o Diabo e seus demônios, tenham liberdade e permissão para agirem neste mundo, contudo, essas ações não se sobrepõem à soberania de Deus. Assim Deus domina sobre todos (Sl 103.19).


3. O Reino de Deus, a nação de Israel e a Igreja.

O Antigo Testamento revela que Deus escolheu um povo, Israel, para reinar sobre ele e através dele em um governo soberano e teocrático. Quando Israel estava organizado em um regime tribal, Deus reinava sobre ele (Nm 23.21), de forma soberana, exercendo o seu governo teocrático sobre seu antigo povo (Is 43-15)- Israel, por isso, era um reino sacerdotal (Êx 19-5,6). Dessa forma, quando escolheu Israel, Deus tinha 0 propósito de abençoar essa nação e, por meio dela, todos os povos (Gn 12.1-3; Is 45.21,22). Esse propósito se concretizou na pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Davi, que por intermédio de sua morte e ressurreição estabeleceu a Igreja (Ef 2.14; Gl 3-14; 4-28; 1 Pe 2.9).


SINOPSE I

As Escrituras Sagradas revelam a universalidade do Reino de Deus, bem como o seu propósito específico para com Israel e a Igreja.


AUXÍLIO TEOLÓGICO

O REINO E A VINDA DO FILHO DO HOMEM (LC 17.20-37)

Jesus explica que o Reino de Deus é distinto dos reinos com os quais os fariseus estão familiarizados. Sua vinda não corresponderá com sinais visíveis para que ninguém possa predizer o tempo exato de sua chegada. As pessoas entendem mal o caráter do Reino de Deus, quando dizem: ‘Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali!’ Tais predições são arrogantes e mostram-se falsas e decepcionantes as pessoas persuadidas por elas (cf. At 1.6, 7).


Jesus afirma que a fase inicial do Reino não vem desse jeito; de fato, já veio (Lc 17-21). Jesus usa a palavra entos para descrever sua presença — palavra que significa ‘dentro’ de vocês ou ‘entre, no meio de’ vocês. Jesus está falando a fariseus, que sem dúvida o rejeitaram. Ele não diria que o reinado de Deus está dentro dos corações deles. Contudo, o Reino é um fato histórico. Jesus quer dizer que o Reino está ‘entre vós’ — presente no que Ele faz e diz —, ainda que os fariseus permaneçam cegos diante dessa realidade (cf. Lc 11.20). Eles esperam ver sinais da vinda do Reino algum dia futuro. Mas não há necessidade de procurar sinais futuros da vinda do governo de Deus. Hoje pode-se entrar nele, embora sua consumação final venha depois” (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds). Comentário Bíblico Pentecostal - Novo Testamento. Vol. 1 - Mateus-Atos. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.432).

II - A IGREJA E AS DIMENSÕES DO REINO DE DEUS

1. O Reino de Deus como realidade presente.

Nos Evangelhos, vemos Jesus chamando a atenção para a dimensão presente do Reino de Deus. Por exemplo, Mateus registra Jesus libertando e curando um endemoninhado cego e mudo (Mt 12.22). Esse fato extraordinário provocou o ciúme e a ira dos fariseus que o acusaram de fazer isso pelo poder de Belzebu (Mt 12.24).


A resposta de Jesus foi reveladora: “Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é conseguintemente chegado a vós o Reino de Deus” (Mt 12.28). Nessas palavras do Senhor, vemos um aspecto importantíssimo na compreensão da identidade do Reino de Deus: a sua realidade presente. Em outras palavras, com advento de Jesus, o Reino de Deus já estava presente entre os homens. Nosso Senhor disse que o Reino de Deus havia chegado (Mt 3.2). Logo, esse reino não é algo subjetivo, mas concreto, real.


2. Onde está o Reino de Deus?

O Reino de Deus como realidade presente não está relacionado ao espaço geográfico, mas com a presença de Jesus, pois onde a presença dEle está, o Reino de Deus se manifesta (Lc 17.20,21). Em outras palavras, toda vez que pessoas são salvas (At 8.12), curadas e libertadas do poder do Diabo (At 8.6,7), o Reino de Deus está presente (Rm 14.17; 1 Co 4.20). Ora, o Reino de Deus estava presente no ministério de Jesus, pois Ele mesmo era a manifestação do reino, estava presente no ministério apostólico na Igreja Primitiva e, finalmente, está presente por intermédio da Igreja de Cristo da presente era.


3. O Reino de Deus como realidade futura.

Assim como o Reino de Deus possui uma dimensão presente, ele também possui uma dimensão futura. Esse é 0 aspecto escatológico do Reino de Deus. Escrevendo aos coríntios, o apóstolo Paulo destaca os tipos de pessoas que ficariam de fora desse reino vindouro (1 Co 6.9,10). Embora o Reino de Deus seja uma realidade presente hoje e mesmo sendo possível já experimentá-la agora (Hb 6.5), contudo, ele se manifestará na sua plenitude na era vindoura (Mt 13.49). O Milênio, o reinado de mil anos sobre a Terra, faz parte dessa dimensão futura do Reino de Deus (Ap 20.1-5).


SINOPSE II

O Reino de Deus possui uma dimensão presente, mas ele também possui uma dimensão futura, ou seja, escatológica.

III - A IGREJA NO CONTEXTO DO REINO DE DEUS

1. A distinção entre Igreja e Reino de Deus.

Deve ser destacado que a Igreja faz parte do Reino de Deus. Contudo, ela não é o Reino de Deus em toda a sua expressão. O Reino de Deus é mais amplo e envolve todo o povo de Deus na Antiga bem como na Nova Aliança. A Igreja, mesmo inserida no contexto do reino, não existia no Antigo Testamento, todavia, o Reino de Deus já existia no Antigo Pacto. Assim como debaixo do Antigo Pacto, em que Israel era a comunidade do reino (Êx 19.5,6), a Igreja é a comunidade do reino no Novo Pacto (1 Pe 2.9).


2. A Igreja expressa o Reino de Deus.

A Igreja foi idealizada e projetada por Deus para ser a expressão de seu reino na plenitude dos tempos (Gl 4.4 cf. Ef 1.10). Ela não é um improviso de Deus nem um remendo que Ele fez na história da salvação. Ela foi projetada e planejada, é a eleita de Deus (Ef 1.4-6; 1 Pe 1.2).

Isso significa que debaixo do Novo Pacto, Deus deu à Igreja a missão de fazer conhecido o seu plano e projeto de salvação para a humanidade. É por intermédio dela que as insondáveis riquezas de Cristo se tornaram conhecidas dos principados e potestades (Ef 3.10). Por meio da Igreja que  Reino de Deus será conhecido na Terra.


3. A Igreja e a mensagem do Reino de Deus.

Pregar o Reino de Deus é a importante missão da Igreja (At 19.8). Falando aos presbíteros de Éfeso, Paulo recordou que pregou a eles o Reino de Deus (At 20.25). Quando já prisioneiro em Roma, vemos Paulo “pregando o Reino de Deus” (At 28.31). Os novos na fé eram conscientizados da realidade do Reino de Deus (At 14.22).


O Reino de Deus é a mensagem de esperança feita àqueles que o amam (Tg 2.5). Portanto, pregar a mensagem do reino é a missão da Igreja. Essa missão só é executada quando a igreja local possui uma visão de reino. Isso significa que a igreja sabe o que o Reino de Deus é e que importância ele tem. Quando esse entendimento não é claro, então, a igreja local acaba saindo da sua rota e envereda por outros caminhos que a distanciam da sua missão, que é pregar a mensagem do Reino de Deus. A esse respeito, Jesus foi bem claro em dizer que o seu “Reino não é deste mundo” (Jo 18.36).


SINOPSE III

O Reino de Deus é mais amplo e envolve todo o povo de Deus em todas as épocas. A Igreja, porém, está inserida no Reino de Deus.


AUXÍLIO TEOLÓGICO

JESUS VOLTARÁ

“O ensino sobre a Segunda Vinda de Cristo também estimula o serviço cristão. Os crentes que ardentemente aguardam a volta de Cristo, reavaliam constantemente as prioridades que lhes governam a maneira de viver. Sempre colocam, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça. Não querem ser surpreendidos tendo as mãos vazias. Eles sabem que, um dia, todos teremos de comparecer ante o Tribunal de Cristo. Por isso alertam constantemente seus parentes, amigos, conhecidos e os demais pecadores, a que estejam preparados à vinda do Senhor (Mt 24.45,46; Lc 19.13 e 2 Co 5.10, 11).


Mas como Jesus voltará?

Ele voltará pessoalmente (Jo 14.3; 21.20-23; At 1.11) e de forma inesperada (Mt 24.32-51; Mc 13.33-37). Ele voltará em glória (Mt 16.27; 19-28 e Lc 19.11-27) e de maneira visível como o anunciou o anjo à multidão no monte da Ascensão: ‘Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir’ (At 1.11). O retomo real, visível e literal do Senhor Jesus Cristo a esta terra, exclui qualquer interpretação espiritualizada, como se a sua vinda tivesse ocorrido quando da descida do Espírito no Pentecoste, ou quando da conversão de alguém, ou ainda por ocasião da morte do crente” (MENZIES, Willian W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Fé Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 178).


CONCLUSÃO

Nesta lição aprendemos um pouco mais sobre o Reino de Deus. Como disse alguém, a Igreja não é idêntica ao Reino de Deus, pois este é maior do que ela; todavia, a Igreja é o instrumento presente do reino e herdará o reino (2 Pe 1.11). Assim, o Reino de Deus, em sua plenitude, ou na sua manifestação final, incluirá todos os crentes que professaram e professarão sua fé em Cristo, o Filho de Deus.


REVISANDO O CONTEÚDO

1. Qual é o importante aspecto da natureza do Reino de Deus que as Escrituras revelam?

A sua universalidade.

2. O que o Antigo Testamento revela quanto ao Reino de Deus em relação a Israel?

O Antigo Testamento revela que Deus escolheu um povo, Israel, para reinar sobre ele e através dele.

3. Qual é o aspecto importante destacado na lição, a respeito da identidade do Reino de Deus?

A sua realidade presente.

4. Além da dimensão presente do Reino de Deus, qual é a outra dimensão abordada na lição?

O Reino de Deus também possui uma dimensão futura.

5. Explique a distinção entre a Igreja e o Reino de Deus.

A Igreja faz parte do Reino de Deus. Contudo, ela não é o Reino de Deus em toda a sua expressão. O Reino de Deus é mais amplo e envolve todo o povo de Deus na Antiga bem como na Nova Aliança.

Lições Bíblicas Adultos 1° trimestre 2024 CPAD

REVISTAO CORPO DE CRISTO Origem, Natureza e Missão da Igreja no Mundo

Comentarista: Pr. José Gonçalves

Temas das Lições - Clique e leia

Lição 1- A origem da igreja

Lição 2 - Imagens bíblicas da igreja

Lição 3 - A natureza da igreja

Lição 4 - A igreja e o reino de Deus

Lição 5 - A missão da igreja de Cristo

Lição 6 - Igreja: organismo ou organização?

Lição 7 - O ministério da igreja

Lição 8 - A primeira ordenança da igreja: o batismo

Lição 9 - A segunda ordenança da igreja: a ceia do Senhor

Lição 10 - O poder de Deus na missão da igreja

Lição 11 - O culto da igreja cristã

Lição 12 - O papel da pregação no culto

Lição 13 - Sendo o templo do Espírito