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Lição 1: E deu dons aos homens

🎯 Lições Bíblicas Adultos 2º trimestre de 2021, CPAD

🎯 Assunto: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

🎯 Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

TEXTO ÁUREO

"Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens" (Ef 4.8).

VERDADE PRÁTICA

Os dons são dádivas divinas para a Igreja cumprir sua missão até que o Noivo venha buscá-la.

HINOS SUGERIDOS 5, 24, 239

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - 1 Co 12.4

Há diversidade de dons

Terça - 1 Co 12.20

Os dons e a unidade da Igreja

Quarta - 1 Co 12.11

A concessão dos dons

Quinta - 1 Co 12.27

Membros do Corpo de Cristo

Sexta - 1 Co 12.31

"Procurai com zelo os melhores dons"

Sábado - Ef 4.12

Os dons são para aperfeiçoar os santos

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 12.3-8;

1 Coríntios 12.4-7

 

INTERAÇÃO

Prezado professor, neste trimestre estudaremos um tema extremamente relevante para os nossos dias: os dons espirituais, ministeriais e de serviço. Todas estas dádivas são concedidas pelo Espírito Santo com o propósito de edificar a Igreja do Senhor.

 

Esse tema é tão relevante para a igreja que Paulo dedica dois capítulos inteiros na Epístola aos Coríntios para tratar do assunto. Ele não queria que os irmãos fossem ignorantes a respeito dos dons (1 Co 12.1). Então, estude com afinco cada lição e busque, com zelo, os melhores dons. O comentarista das lições é o pastor Elinaldo Renovato, autor de diversos livros publicados pela CPAD, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim, RN, e professor universitário.

 

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Conscientizar-se de que os dons espirituais são atuais e bíblicos.

Analisar os dons de serviço, espirituais e ministeriais.

Saber que a igreja de Corinto era problemática na administração dos dons.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para introduzir a primeira lição, reproduza o esquema abaixo.  Divida a classe em três grupos e peça que, em grupo, os alunos leiam e relacionem os dons apresentados em cada uma das listas elaboradas pelo apóstolo Paulo. Peça que os alunos também digam o total de dons relacionados em cada lista.

 

1ª lista - 1 Coríntios 12.8-10. (Um total de nove dons)

2ª lista - 1 Coríntios 12.28. (Um total de oito dons)

3ª lista-- 1 Coríntios 12.29,30. (Um total de sete dons)

 

Reúna os alunos formando um único grupo. Ouça os grupos e conclua enfatizando que todos estes dons estão disponíveis para a igreja atual. Os dons não cessaram. Que venhamos a buscá-los com fé para a edificação do Corpo de Cristo.


INTRODUÇÃO

A Bíblia de Estudo Pentecostal define "dons" como "manifestações sobrenaturais concedidas da parte do Espírito Santo, e que operam através dos crentes, para o seu bem comum". Neste trimestre analisaremos os dons de Deus dispensados à Igreja para que, com graça e poder, ela proclame o Evangelho de Jesus a toda criatura. Além de auxiliar o Corpo de Cristo no exercício da Grande Comissão, os dons divinos subsidiam os santos para que cheguem à unidade da fé (Ef 4.12,13).   

 

I. OS DONS NA BÍBLIA

1. No Antigo Testamento.

O Dicionário Bíblico Wycliffe mostra que há várias palavras hebraicas que significam "dádiva". A origem dessas palavras está na raiz hebraica nathan, que significa "dar". Por isso, podemos afirmar que no Antigo Testamento há vislumbres dos dons divinos concedidos a pessoas peculiares como reis, sacerdotes, profetas e outros. Todavia, os dons divinos não estavam acessíveis ao povo de Deus da Antiga Aliança como observamos no regime da Nova Aliança.

 

2. No Novo Testamento.

O mesmo dicionário informa ainda que ao longo do Novo Testamento a palavra "dom" aparece com diferentes significados, que se relacionam ao verbo grego didomi. Este verbo representa o sentido ativo da palavra "dar" em Filipenses 4.15.

 

Na Nova Aliança, os dons de Deus estão disponíveis para que a Igreja, em nome de Jesus, promova a libertação dos cativos, ministre a cura aos doentes e proclame a salvação do homem para a glória de Deus. O Novo Testamento também deixa claro que todos os crentes têm acesso direto a Deus através de Cristo Jesus e, por isso, podem receber os dons do Espírito.

 

3. Uma dádiva para a Igreja.

A fim de sermos mais didáticos e eficientes no estudo a respeito dos dons, dividiremos este assunto em três categorias principais: Dons de Serviço, Dons Espirituais e Dons Ministeriais. Esta divisão acompanha a classificação dos dons conforme se encontra nas epístolas paulinas aos Romanos, 1 Coríntios e Efésios, respectivamente.

 

Insistimos, porém, que esta classificação é apenas um recurso didático, pois quando o apóstolo expõe o assunto em suas cartas, ele não parece querer exaurir os dons em uma lista, antes, preocupa-se em exortar os irmãos a buscá-los e usá-los para encorajar, confortar e edificar a Igreja de Cristo, bem como glorificar a Deus e evangelizar o mundo.

 

SINOPSE DO TÓPICO (1)

Nas páginas do Novo Testamento os dons estão à disposição de todos os crentes, com o propósito de edificar a Igreja de Cristo.

 

II. OS DONS DE SERVIÇO, ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS

 

1. Dons relacionados ao serviço cristão.

Em Romanos 12 o apóstolo Paulo admoesta a igreja, lembrando-a de que o membro do Corpo de Cristo não pode se achar autossuficiente. Assim como um membro do corpo humano depende dos outros para exercer a sua função, na igreja necessitamos uns dos outros para o fortalecimento da nossa vida espiritual e comunhão em Cristo.

 

Por isso, a categoria de dons apresentada em Romanos 12 traz a ideia da manutenção dessa comunhão dos santos, pois ao falarmos de serviços, subentende-se que quem serve está prestando um serviço para alguém.  Observe os dons de serviço listados por Paulo em Romanos: Ministério (ofício diaconal), exortação (encorajamento), repartir, presidir e exercer misericórdia. Note que esses dons estão relacionados com uma ação em prol do outro, do próximo. Portanto, se você tem um dom, deve usá-lo em benefício da Igreja de Cristo na Terra.

 

2. Conhecendo os dons espirituais.

"Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes" (1 Co 12.1). Os dons listados em 1 Coríntios 12 são: Palavra da sabedoria; palavra da ciência; fé; curas; operação de maravilhas; profecia; discernimento de espíritos; variedades de línguas; interpretação de línguas.

 

Apesar de as manifestações sobrenaturais pertencerem ao mundo espiritual, isto é, a uma categoria particular da experiência religiosa do crente, o apóstolo Paulo desejava que as igrejas, e em especial a de Corinto, conhecessem algumas considerações importantes sobre os dons espirituais. Uma característica predominante em Corinto, segundo o Comentário Bíblico Beacon (CPAD), era a vida pregressa dos membros envolvidos com idolatria. Muitas manifestações espirituais na igreja lembravam a experiência mística das religiões de mistérios.

 

Os coríntios precisavam ser ensinados de forma correta  sobre a existência dos dons e de sua utilização dentro do culto e fora dele. Por isso, à luz da Palavra de Deus, devemos ensinar a respeito dos dons espirituais para que a igreja seja edificada. A Bíblia traz os ensinos corretos sobre o uso dos dons, e se há distorções nessa esfera, estas  acontecem por algumas igrejas não ensinarem de forma correta o que a Bíblia diz, e isso contribui para o surgimento do fanatismo religioso, da corrupção doutrinária dos movimentos estranhos e de muitas heresias. Portanto, o ensino correto das Escrituras nos orienta sobre a forma adequada da utilização dos dons e previne o surgimento de práticas condenáveis no culto.

 

3. Acerca dos dons ministeriais.

A Epístola de Paulo aos Efésios classifica os dons ministeriais assim: Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores (4.11). Os propósitos de o Senhor concedê-los à Igreja, segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, são, em primeiro lugar, capacitar o povo de Deus para o serviço cristão; em segundo, promover o crescimento da igreja local; terceiro, desenvolver a vida espiritual dos discípulos de Jesus (4.12-16).

 

O Senhor deu a sua Igreja ministros para servi-la com zelo e amor (1 Pe 5.2,3). O ensino do Novo Testamento acerca do exercício ministerial está ligado a concepção evangélica de serviço (Mt 20.20-28; Jo 13.1-11), jamais à perspectiva centralizadora e sacerdotal do Antigo Testamento.

 

SINOPSE DO TÓPICO (2)

Nenhum membro do corpo de Cristo é autossuficiente,  dependemos de Cristo, assim como dependemos uns dos outros. Para que a Igreja, o corpo de Cristo, seja edificada pelos dons ministeriais é necessário que eles sejam utilizados para o benefício de todos.

 

III. CORINTO: UMA IGREJA PROBLEMÁTICA NA ADMINISTRAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS (1 Co 12.1-11)

 

1. Os dons são importantes.

Um argumento utilizado pelos cessacionistas (pessoas que defendem a errônea ideia de que os dons espirituais cessaram no primeiro século), é que os crentes pentecostais tendem a se achar superiores uns aos outros por terem algum dom.

 

Lamentavelmente, isto é verdade em muitos lugares. Entretanto, o apóstolo Paulo faz questão de tratar desse assunto com os crentes de Corinto que estavam supervalorizando alguns dons em detrimento de outros. Precisamos resgatar a noção de serviço que Jesus Cristo ensinou nos Evangelhos, pois todos os dons vêm diretamente de Deus para melhor servirmos à igreja de Cristo.

 

2. Diversidade dos dons.

O que mais nos chama a atenção na lista de dons apresentada por Paulo em 1 Coríntios 12 não são os nove dons, mas a diversidade deles. Isto denota a unidade da Igreja de Cristo, mas simultaneamente a sua multiplicidade. O Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento tem razão quando fala que "talvez Paulo tenha selecionado estes noves dons por serem adequados à situação que havia em Corinto", pois se compararmos a lista de 1 Coríntios com Romanos e também Efésios, veremos que outros dons são relacionados de acordo com as necessidades de cada igreja local.

 

3. Autossuficiência e humildade.

Os dons espirituais são concedidos aos crentes pela graça de Deus, e não por méritos pessoais (Rm 12.6; 1 Pe 4.10). Não podemos orgulhar-nos e portar-nos de modo arrogante e autoritário no exercício dos dons, mas com humildade e temor a Deus. Portanto, não use o dom que Deus lhe deu com orgulho, visando a exaltação pessoal. Isto é pecado contra o Senhor e contra a Igreja! Use-o com um coração sincero e transbordante de amor pelo próximo (1 Co 13). Não foi por acaso que o capítulo 13 (Amor) de 1 Coríntios foi colocado entre o 12 (Dons) e o 14 (Línguas e Profecia).

 

SINOPSE DO TÓPICO (3)

Não existe um dom mais importante que o outro, todos vêm diretamente de Deus e são úteis para a edificação do Corpo de Cristo.

 

CONCLUSÃO

O estudo dos dons de Deus aos homens é amplo e nos apresenta recursos pelos quais podemos servir ao Senhor e à sua Igreja. Esses dons são para os nossos dias, pois não há na Bíblia nenhum versículo que diga que os dons espirituais deixaram de existir com a morte do último apóstolo. Portanto, busquemos os dons do Espírito Santo, pois estão à nossa disposição. Eles são um exemplo da multiforme graça de Deus em dispensar instrumentos espirituais para a Igreja na história.

===RES==

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Teológico

"[Dons espirituais]

Os dons espirituais, que são pela graça, mediante a fé, encontra-se na palavra grega mais usada para descrevê-los: charismata, 'dons livre e graciosamente concedidos', palavra esta que se deriva de charis, graça, o imerecido favor divino. Os carismas são dons que merecemos sem os merecermos. Dão testemunho da bondade de Deus, e não da virtude de quem os receberam.

 

Uma das falácias que frequentemente engana as pessoas é a ideia de como Deus abençoa ou usa alguém; isso significa que Ele aprova tudo o que a pessoa faz ou ensina. Mesmo quando parece haver uma 'unção', não há garantia disso. Quando Apolo chegou a Éfeso pela primeira vez, não somente era eloquente em sua pregação; era também 'fervoroso de espírito'. Tinha o fogo. Mas Priscila e Áquila perceberam que faltava algo. Logo, o levaram (provavelmente, para casa, a fim de participar de uma refeição), e lhe explicaram com mais exatidão o caminho de Deus (At 18.25,26).

 

Era, pois o caminho de Deus a respeito dos dons espirituais, que Paulo, como um pai, desejava explicar com mais exatidão aos coríntios. A esses dons ele dá o nome de 'espirituais' em 1 Coríntios 12.1 (a palavra dom não se encontra no grego). A palavra, por si mesma, inclui algo dirigido pelo Espírito Santo [...] " (HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 225).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Teológico

"Os dons são dados, de fato, com a intenção divina de que todos recebam proveito deles (1 Co 12.7). Isso não significa que todos têm um dom específico, mas há dons (manifestações, revelações, meios pelos quais o Espírito se torna conhecido) que são dados (continuamente) para o que for útil (proveitoso, para crescimento).

 

'Útil' significa algo que ajuda, especialmente na edificação da Igreja, tanto espiritualmente como em número de membros. (O Livro de Atos tem um tema de crescimento numérico e geográfico. Deus quer que o Evangelho seja divulgado em todo o mundo). Pode ser ilustrado pelo mandamento do Senhor: 'Negociai até que eu venha' (Lc 19.13). Ao partirmos para o ministério dos seus dons, Ele nos ajuda a crescer na eficiência e na eficácia, assim como fizeram os que usaram devidamente o que o Senhor lhes deu, na Parábola das Dez Minas (Lc 19.15-19)" (HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 229,30).

EXERCÍCIOS

1. De acordo com a lição, no Antigo Testamento os dons divinos eram concedidos a quem?

R. Reis, sacerdotes e profetas.

 

2. No Novo Testamento os dons espirituais estão disponíveis a todos?

R. Sim. Eles estão disponíveis para todos os membros do Corpo de Cristo.

 

3. Cite, de acordo com a lição, as três principais categorias de dons.

R. Dons de Serviço, Dons Espirituais e Dons Ministeriais.

 

4. Relacione os dons citados em 1 Coríntios 12.8-10.

R. Palavra de sabedoria, palavra da ciência, fé, dons de curar, operação de maravilhas, profecia, dom de discernir espíritos, variedade de línguas e interpretação de línguas.

 

5. Os dons espirituais podem ser concedidos aos crentes hoje?

 R. Sim.

O que Significa o Arrependimento de Deus

O termo arrependimento é pregado na Bíblia em relação ao homem e a Deus. Quando empregado em relação ao homem, o termo não apresenta quaisquer dificuldades, mas quando aplicado em relação ã Deus, apresenta dificuldades de compreensão que têm motivado muita discussão, dúvidas e confusão.

1. O termo aplicado ao homem

Neste caso, o termo tem a ver com a mudança do homem e o seu retorno a Deus por ter pecado contra Ele, por ter procedido erradamente, transgredindo a sua lei e a sua vontade. Segundo a Palavra de Deus, o arrependimento do homem implica não somente o fato de ele cair em si, arrepender-se e sentir tristeza de coração por ter errado, mas também o seu retorno a Deus.

Uma ilustração clara disso está no que aconteceu ao transgressor denominado Filho Pródigo, na parábola do Evangelho de Lucas (15): “Levantar-me-ei e irei ter com meu pai”. E foi! Isso é arrependimento humano motivado por Deus.

Arrepender-se, em resumo, é o homem andar em sentido contrário àquele em que ele vinha.

Veja mais:


2. O termo aplicado a Deus

Neste caso, o emprego do termo é um antropopatismo. Significa atribuir à divindade sentimentos e modos de agir próprios do ser humano, para que desta maneira Deus se faça entender ao homem. Isto é, Deus condescende em usar o modo humano de falar para Ele fazer-se compreender. É uma figura de linguagem comum nas Escrituras, como muitas outras. A Bíblia é um livro divino, porém escrito em linguagem humana.

Se o leitor não considerar o contexto bíblico geral sobre o caráter de Deus e os princípios elementares da hermenêutica sagrada imanentes no próprio texto bíblico, parece que Deus arrepende-se de modo semelhante ao homem, mas bem sabemos que isto apenas parece.

O sentido bíblico de Deus arrepender-se” é Ele:
1) sentir pesar ante o pecaminoso e rebelde proceder do homem e
2) deixar de fazer o que afirmou que faria ao homem (abençoá-lo, sustar a bênção prometida ou castigá-lo), por este mudar o seu proceder, voltando-se para Deus ou deixando-o.

O que muito ajuda o crente a entender o sentido do arrependimento de Deus é o estudo da natureza geral Dele, segundo o que está revelado na Bíblia.

Temos alguns exemplos, como Joel 2.12-14 e Êxodo 32.7-14. No primeiro caso, Deus arrepender-se-á caso o povo de Israel volte atrás, deixando seus caminhos pecaminosos. No segundo, vemos Deus arrependendo-se no sentido de cancelar o castigo do povo porque um intercessor se interpôs diante Dele pelo povo.

Aqui em Êxodo 32.7-17, primeiro Deus quis destruir o povo, de acordo com a sua perfeita justiça e santidade, pois Ele é primeiramente um Deus santo; e segundo, Deus cancelou o castigo do povo, de acordo com a sua misericórdia e graça, mediante a intercessão de Moisés. Justiça e misericórdia são dois dos atributos da natureza de Deus.

Deus não se arrepende como o homem se arrepende. Ele se arrepende no sentido exposto acima. Já o homem se arrepende porque procede mal, peca, erra, ofendendo e transgredindo a vontade de Deus. O homem se arrepende sentindo tristeza porque procede mal; Deus, nunca! O arrependimento do homem sempre está atrelado a erro, mas o de Deus, jamais!


3. Arrependimento divino - Textos bíblicos que falam do arrependimento divino

Alguns dos textos bíblicos que falam do arrependimento divino são Gênesis 6.6; Números 23.19; 1 Samuel 2.30, 5.11 e 15.29; Salmos 135.14; Jeremias 18.8-10, 15.6 e 26.3,13; Ezequiel 20.21-22; Jonas 3.10, Zacarias 8.14 e Joel 2.13. No texto de Joel 2.13, “mal” refere-se à comoção da natureza, e não ao mal no sentido moral.

Outros exemplos de arrependimento de Deus, apesar de não aparecer o termo arrependimento nessas passagens, são:

1) Deus revogando suas leis - Em Êxodo 13.2,12-15, Deus reservou e parou para si os primogênitos de Israel, porém mais tarde Ele mesmo tomou os levitas em lugar dos primogênitos (Ex 34.19-20; Lv 27.26-27; Nm 3.12-13,41,45; 8.16-18; 18.15-17). A razão desta mudança de procedimento de Deus foi a fidelidade demonstrada por Levi no caso da clamorosa idolatria e orgia carnal de Israel, quando o povo desviou-se e adorou o bezerro de outro (Ex 32.26-29 e Dt 33.9).

2) Deus fazendo concessões sem transigir quanto ao seu caráter santo e perfeito

a) O caso do pão sagrado do Tabernáculo, que só aos sacerdotes era permitido comer (Mt 12.1 - 8 e 1 Sm 21.36). Estranhos que comessem daquele pão morreriam; no entanto, Davi e seus homens comeram e não morreram.

b) O caso do tributo sagrado do Templo (Mt 17.24-27). O Templo era a Casa de Deus, o Senhor de todos. Ora, Jesus, sendo o Filho de Deus, por direito estava isento de pagamento de tributo sobre o Templo; entretanto, para que os circunstantes não se escandalizassem (e também para fechar-lhes a boca), Jesus pagou de boa mente a quantia.

É pena que tantos crentes hoje são tão exigentes com coisas às vezes mínimas, para as quais poderiam abrir mão, mas não abrem, inclusive em questões de seus direitos - que muitas vezes não são direitos mesmo, e sim puro humanismo, em que Deus é deixado totalmente fora do contexto. Os tais devem aprender aqui a lição ensinada por Jesus no caso do tributo.

Portanto, o termo arrependimento é na Bíblia aplicado ao homem e a Deus, mas com sentidos diferentes.
APROFUNDE SEU CONHECIMENTO, VEJA:

Estudo: Pr. Antonio Gilberto | J. Mensageiro da Paz, maio de 2005 – Reverberação: Blog Ev. Jair Alves

Em que sentido Jesus Cristo é o “Filho de Deus”?

De acordo com as sagradas escrituras, Jesus é o Filho de Deus. Daí surge a grande pergunta: como pode Jesus ser Deus e (Jo .1-3; 20.28) ser Filho de Deus (Mt 3.1-17; Mc 1.1)?
1. Significado
O significado do termo "filho" nas Escrituras é amplo, e uma das acepções diz respeito à mesma natureza do pai (Jo 14.8,9). Quando Jesus se declarou Filho de Deus, Ele estava reafirmado sua divindade, e os judeus entenderam perfeitamente a mensagem (Jo 5.17,18). O Mestre disse: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30).
E, mais adiante, no mesmo debate com os judeus, Jesus esclareceu o que significa ser Filho de Deus: "àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus?" (Jo 10.36). Alegar que Jesus não é Deus, mas o Filho de Deus, como fazem alguns, é uma contradição.
2. Significado de "unigênito" (Jo 1.14b).
A etimologia do termo "unigênito", monogenés, em grego, indica a deidade do Filho. Essa palavra só aparece nove vezes no Novo Testamento, sendo três em Lucas (7.12; 8.42; 9.38), uma em Hebreus (11.17) e as outras cinco em referência a Jesus nos escritos joaninos (Jo 1.14,18; 3.16,18; 1Jo 4.9). O vocábulo vem de monos, "único", e de genes, que nos parece derivar de genós, "raça, tipo", e não necessariamente do verbo gennao, "gerar". Então, unigênito, quando empregado em relação a Jesus, transmite a ideia de consubstancialidade. É exatamente o que declara o Credo Niceno: "E [cremos] em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, o Unigênito do Pai, que é da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não feito, de uma só substância com o Pai".
3. Filho, Filho de Deus, Filho unigênito.
O título "Filho de Deus” ou apenas "Filho" também é um título messiânico extraído do Antigo Testamento (2 Sm 7.11-16). Todavia, ele recebe uma posição mais elevada quando usado por Jesus ou em relação a ele.
Ele significa, no fundo, que Jesus possui as qualidades da natureza divina. Isso ficou bem evidente quando a voz celestial disse bem alto a Jesus, por ocasião do seu batismo, que ele era amado e aprazível (Mt 3.16-17), afirmação reiterada na transfiguração de Jesus (Mc 9.7).
A compreensão que o próprio Jesus tinha da sua relação singular com Deus como seu Filho pode ser vista em Mateus 11.25-27 e Lucas 10.21-22.
Jesus expressou a mesma ideia quando confundiu os fariseus (Mt 22.41-46). No evangelho de João (3.16), Jesus é chamado "Filho unigênito” de Deus, termo que significa “único da sua espécie" ou "singular”.
4. O Termo Unigênito
'Unigênito' não implica um começo de Sua filiação. Sugere, de fato, a relação, mas esta deve ser distinguida da geração conforme é aplicada aos homens.
Podemos apenas entender corretamente o termo 'unigênito' quando usados para se referir ao Filho, no sentido de relação não originada.
A geração não é um evento no tempo, embora distante, mas um fato independente do tempo. O Cristo não se tornou, mas necessariamente é o Filho. Ele, uma Pessoa, possui todos os atributos da deidade pura. Isto torna necessário a eternidade, o ser absoluto; sobre este aspecto Ele não é 'depois' do Pai'.

PROVAS DE QUE JESUS É DEUS
Jesus é, portanto, verdadeiro Deus. E não um “deus” criado como querem a bíblia das Testemunhas de Jeová. Vejamos algumas provas de que Jesus é Deus. Os exemplos em que grego Theós ("Deus") é aplicado a Jesus. Vejamos oito exemplos bíblicos.

João 1.1: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

João 1.18: Ninguém jamais viu a Deus; o único Deus, que está no seio do Pai, é que O deu conhecido.

João 20.28: Respondeu-lhe Tomé: "Meu Senhor e meu Deus! "

Rom 9.5: Para eles pertencem os patriarcas, e a partir de sua raça, segundo a carne, é o Cristo, que é Deus sobre todos, bendito para sempre. Amém.

Tito 2.13: Esperando por nossa ditosa esperança e a manifestação da glória
dos nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo ...
Heb. 1.8: Mas do Filho diz: "O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre, o cetro de equidade é o cetro do seu reino. "

2 Pe 1.1: Para aqueles que tenham obtido uma fé em pé de igualdade com os nossos pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo ...

2Timóteo 3.16: E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória (ACF).

Conclusão
Quando Jesus se declarou Filho de Deus, Ele estava reafirmado sua divindade. Quando a bíblia se refere a Jesus como unigênito do Pai - Deus (Jo 1.14; 3.16), transmite a ideia de consubstancialidade. Isto quer dizer que Jesus é da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não feito, de uma só substância com o Pai.

Por: Ev. Jair Alves
Referências:
- Lições Bíblicas CPAD, Classe de Adultos -3° trimestre de 2017
- Jesus, Ele não está mais na Cruz, Jair Alves
- Dicionário Vine: O significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento. 14, ed. CPAD